Castelo de Peleș

Por mais que a gente goste da lenda de Drácula e tenha adorado a visita ao Castelo de Bran a Transilvânia tem muito mais a oferecer e o Castelo de Peleș em Sinaia, a 44 quilômetros de Brașov, sem dúvida vale uma visita.

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Mapa

Fomos com o Ionut, nosso amigo romeno, mas primeiro ele nos levou para almoçar no restaurante do hotel Marami (Strada Furnica 52, Sinaia). O hotel é bacana e como estava calor resolvemos ficar no terraço. Comemos a tradicional mamaliga (polenta com queijo), que já havíamos provado em Bucareste, uma salata capriciosa e uma ciorbă de perișoare (sopa tradicional romena com almôndegas), além de duas cervejas e uma limonada. Tudo saiu por 105 lei.

Alimentados, fomos ao Castelo, que fica a 7 km do centro de Sinaia. Ele lembra muito as construções que vimos no sul da Alemanha, quando fizemos a chamada rota romântica do Rhein. Não é para menos, pois foi construído em 1873 em estilo neorrenascentista germânico para ser a residência de verão ao rei Carol I da Romênia.

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Quando Carlos visitou pela primeira vez o local onde se situa agora o castelo, em 1866, apaixonou-se pela magnífica paisagem de montanha. Entretanto, o capricho foi tanto que Peleș demorou 39 anos para ser terminado e só ficou pronto meses antes de ele bater as botas. Coube à rainha Elizabeta decorar os 160 cômodos.

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A construção do castelo envolveu entre 300 e 400 operários e era uma verdadeira torre de Babel. Durante as obras, a rainha escreveu em seu diário:

“Os italianos eram pedreiros, os romenos construíam terraços, os ciganos, trabalhadores braçais. Os albaneses e gregos trabalhavam em pedra, os alemães e húngaros eram carpinteiros. Os turcos faziam tijolos. Os engenheiros eram polacos e os escultores de pedra, tchecos. Os franceses desenhavam, os ingleses mediam e por isso podiam ver-se centenas de trajes nacionais e catorze línguas nas quais falavam, cantavam, praguejavam e discutiam em todos os dialetos e tons, uma alegre mistura de homens, cavalos, carroças e búfalos domésticos.”

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Quando fomos sabíamos que naquele dia Peleș estaria aberto somente para a visita externa, o terreno e os pátios (já havíamos consultado o site). Ficamos meio chateados, mas resolvermos ir assim mesmo, pois vê-lo por fora era melhor que deixar de conhecê-lo, afinal o edifício é espetacular e cercado de lindos bosques e jardins.

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Mas a sorte nos sorriu, pois quase quando íamos embora, resolvemos procurar os banheiros e vimos a bilheteria aberta! Isso já eram quase 16:00. Compramos os bilhetes e pudemos fazer a visita normalmente! Yeey!

Peleș, que na verdade é um palácio, embora o chamem de castelo, foi o primeiro da Europa a ter energia elétrica com um gerador próprio, além de água corrente (fria e quente) e aquecimento central. Um luxo para a época! Além disso, havia um elevador e o teto de vidro abria mecanicamente.

O ditador Nicolae Ceaușescu (falamos sobre ele em nosso post sobre Bucareste), com sua mania de grandeza, adotou o castelo como casa de campo em seu interminável governo (de 1967 a 1989). Ele costumava receber ali chefes de estado e aliados como Richard Nixon e até mesmo o ditador líbio Muamar Kadafi.

A entrada custa 30 lei por pessoa e vale muito a pena, embora não sejam permitidas fotos no interior exceto pagando extra por isso. A visita guiada de 45 minutos pode ser feita em inglês ou francês e um folheto distribuído com explicações é entregue juntamente com o ingresso.

Sem perrengue não tem graça!

Aí eu resolvo ir ao banheiro no hotel Marami antes de seguirmos para Peleș e não é que deixo meu celular lá? Só fui perceber quando já estávamos de volta à Brașov no fim do dia! O pior é que eu não lembrava onde tinha deixado!

Liguei para o Ionut, mas ele já não estava atendendo. Deixei mensagem para ele no Rope Street Museum (que estava prestes a fechar) e fiquei quebrando a cabeça. Nesse meio tempo o Ede resolveu ir até o Museu para tentar achar o Ionut. No final ele me ligou e confirmou que o celular infelizmente não tinha ficado no carro… pensei que tinha deixado no Castelo, até que, num rompante, lembrei do almoço e liguei para o Marami. A recepcionista que me atendeu, Anna, falava inglês bem e de cara já me disse que tinham encontrado! Fiquei feliz da vida, pois embora velhusco, meu celular já tinha umas 1400 fotos só dessa viagem!

Resumo da ópera: morri com 300 lei para um táxi ir até Sinaia buscar o maledeto celular! Já eram umas 20:00, mas a recepcionista do Jugendstube foi muito legal e me ajudou a achar alguém que topasse fazer a corrida. Estava preocupada, pois no outro dia cedinho já tínhamos que pegar o trem para Belgrado. No final deu tudo certo! Ufa!

Veja também:

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Castelo de Bran e a lenda de Drácula

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Sarajevo – a Jerusalém da Europa

Sarajevo e a Guerra Civil Iugoslava

Publicado por Adelijasluk

Adeli é formada em Letras e pós graduada em Recursos Humanos, fala quatro línguas e adora conhecer outras culturas. Curiosa e teimosa, nas horas vagas planeja itinerários próprios para as viagens anuais com o marido. Edevaldo é funcionário público e cursou geografia e informática. Paciente, nas horas vagas estuda maneiras sensatas de viabilizar os itinerários da esposa. Viajam por conta própria e juntos já conheceram 208 cidades em 33 países.

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