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Ilha de Corfu

Há alguns anos fomos à Grécia e nos apaixonamos pelo país. E como não fazê-lo? Mitologia, arte, arqueologia, ilhas, praias, mosteiros, comida deliciosa…

As ilhas gregas variam muito de tamanho e ao longo dos séculos o mar trouxe consigo invasores e colonizadores, por isso cada uma se desenvolveu com características próprias. Como fomos à Albânia e o sul do país fica pertinho de Corfu, resolvemos não deixar passar a oportunidade de ir dar um “Kalimera” a uma das ilhas mais ecléticas e a mais visitada do arquipélago jônico.

As lendas

Diz a lenda que Posseidon (deus do mar) se apaixonou pela ninfa Kerkyra, filha de Asopos (deus dos rios) e da ninfa Métope. Como os pais eram contra a união, Posseidon a raptou e a levou para uma ilha. Em prova de seu amor, chamou a ilha de Kerkyra (nome grego de Corfu). Já na Odisseia, de Homero, Ulisses naufraga na viagem de volta para casa e vai parar em Corfu, onde é encontrado pela bela Nausica, que o guia até sua casa. A família dela então o ajuda a conseguir um barco para levá-lo de volta à sua a terra natal, a ilha de Ítaca. Diz-se também que o Imperador Alexandre, o Grande, viveu em Corfu na juventude.

Como chegar

A Corfu de hoje é uma cidade multicultural e um grande número de turistas chega todos os dias, muitos de barco, para um bate e volta, como nós. Já havíamos feito um passeio assim pelas Ilhas Argo-Sarônicas (Hydra, Poros e Aegyna) no mar Egeu e dessa vez saímos cedo do porto de Sarandë, na Albânia.

Tomamos café super cedo, compramos o passeio na Finikas Lines (ao lado do terminal) no dia mesmo. De lá partem diariamente os barcos que navegam o Mar Jônico e vão até Corfu levando turistas. Pagamos 19 euros por pessoa por trecho. Dica: chegue com antecedência de pelo menos 30 min. Como a gente estava saindo da Albânia e entrando na Grécia, tivemos que passar pela alfândega no porto e os barcos saem pontualmente no horário marcado. A viagem leva uma hora e meia. Se for no verão (junho/julho/agosto) use roupas leves, um boné ou chapéu, protetor solar e óculos de sol. Fomos em maio e já fazia bastante calor.

Importante: para planejar bem o tempo não esqueça que embora fique pertinho há uma hora de diferença de fuso horário entre Sarandë e Corfu. Na ida adianta-se uma hora, na volta, atrasa-se uma hora.

Na chegada, como tínhamos apenas 8 horas, resolvemos contratar um passeio com um taxi no Porto mesmo, para não perder tempo. Foi uma boa decisão porque a ilha é grande e assim conseguimos ir até o alto da vila de Pelekas e também à linda praia de Paleokastritsa, além de percorrer a Cidade Velha a pé.

A Cidade Velha

Construída no século XIII antes de Cristo e colônia do Império Romano na antiguidade, do séc. XV ao XIX ficou sob o governo veneziano, passando depois para a França, a Grã-Bretanha e finalmente voltando à administração grega em 21 de maio de 1884.

O estereótipo da ilha com casinhas brancas de teto azul é quebrado em Corfu. O fato de nunca ter sido ocupada pelos turcos otomanos, diferente do resto da Grécia, se reflete em sua arquitetura, seus palácios, casarões, igrejas, calçadões, ruelas e becos com cara de Itália. Em suas ruas antigas viveram famosos artistas, cantores, compositores, princesas, poetas gregos, italianos e franceses. Hoje Corfu tem cerca de 40 mil habitantes, sem contar o grande número de estudantes que frequentam a Universidade Jônica e que são moradores temporários.

Patrimônio Mundial pela UNESCO, o centro velho tem muitas galerias com lojinhas de souvenirs e roupas e, no verão, inúmeras sorveterias. Ele guarda uma certa semelhança com o Plaka, o centro de Atenas, pois reúne inúmeras ruazinhas de comércio para comprar de tudo um pouco ou comer nas tabernas típicas. Locais e turistas circulam por lá o tempo. É onde você vai apreciar a cidade realmente viva!

Ágios Spyrídion

Entramos na Cidade Velha pelo Liston, um boulevard de pedestres em estilo francês que imita a rue de Rivoli, construído em 1814. Próximo do Liston, está a Catedral Ortodoxa de Ágios Spyrídion (São Espiridião), o padroeiro de Corfu. Dentro está o corpo mumificado do santo que morreu em 349 depois de Cristo e a quem muitos milagres foram atribuídos, inclusive o de ter salvo a cidade de epidemias, da fome e da invasão turca em 1716.

Nikifórous Theotóki

Nas ruas estreitas da Cidade Velha, as chamadas kantounia, você vai notar que os moradores penduram suas roupas nos varais que atravessam o céu e embaixo, vendedores e artesãos se escondem no labirinto de casas. Essa região pitoresca fica em volta da rua Nikifórous Theotóki, a principal delas.

Corfu é o único local da Grécia que, como na Itália, os moradores têm hábito de estender roupas lavadas do lado de fora da janela ou espalhar varais de uma varanda para outra.

Plateia Iroon Kipriakou Agona

Ágora era o nome que se dava às praças públicas na Grécia Antiga. Nestas praças ocorriam reuniões onde os gregos, principalmente os atenienses, discutiam assuntos ligados à vida da cidade (pólis). As assembleias aconteciam na Ágora e os cidadãos podiam decidir sobre temas ligados a justiça, obras públicas, leis, cultura, etc., através do voto direto. Também era um espaço público de debates e possuía finalidades religiosas (eventos, cerimônias) e econômicas (negociações, acordos econômicos, comércio de mercadorias, etc).

Remanescente das antigas ágoras, a Plateia Iroon Kipriakou Agona é uma praça com edifícios imponentes e bem preservados, como a Prefeitura e o Museu do Banco Jônico. Paramos ali em busca de uma sombra para tomar nosso sorvete.

A Comida

Em Corfu a comida é boa, mas bem carinha. Para entender bem o que vai comer e checar os preços a dica é dizer: “Katálago Anglika Parakalos” – Menu em inglês por favor!

Há opções para todos os gostos, desde os souvlakis (espetinhos) ou o spanakopita (empadão de massa folhada com espinafre e queijo feta) à salada grega .  Os pratos típicos da ilha tem influência italiana, como era de se esperar: sofrito (carne temperada com alho, cozida em molho branco e servida com macarrão ou batata-frita) e a pastitsada (carne ao molho de tomate com macarrão). Além disso, por ser um ilha, tem muito peixe! Outro destaque são as azeitonas, produzidas na ilha.

O sorvete em Corfu é um capítulo à parte. Os sabores são deliciosos e a apresentação é incrível! Dá vontade de lamber as vitrines! É certo que não são muito barato, mas valem cada centavo.

Paleopolis

Fomos com nosso taxista, o Niko, até o Palácio Mon Repos, antiga residência da família real grega. Foi ali que o Príncipe Phillip, marido da Rainha Elizabeth II, nasceu, em 1921. (Quem assistiu a série The Crown vai lembrar). Historiadores dizem que a antiga cidade de Corfu ficava nesse local. Ela é chamada de Paleopolis (cidade velha em grego) e ainda há ruínas arqueológicas que se pode visitar. O palácio foi transformado em museu e tem um acervo de objetos do século XIX e uma exposição da história de Corfu. Não tivemos tempo de fazer a visita, mas valeu a parada.

Pelekas

Pelekas é uma aldeia rodeada de oliveiras, construída sobre uma rocha com 270 metros de altura, na costa ocidental de Corfu. Dizem que era o lugar preferido do Imperador Guilherme II para as suas caminhadas e para admirar a vista. Lá em cima fica o chamado “trono do kaiser“, o famoso lugar onde o Imperador adorava ir meditar. Fomos até lá com o Niko, que fez uma paradinha numa loja local para experimentarmos o azeite e as azeitonas da região e também comprar algumas lembrancinhas.  

A noção de luxo é muito subjetiva e depende dos valores de cada um. Se no mundo capitalista de hoje muita gente associa luxo à joias, roupas de marca e casas com mais cômodos do que realmente necessitamos, para nós, luxo é poder admirar livremente belezas como essa!

Paleokastritsa

Mais ao norte da ilha fica a linda baía de Paleokastritsa. Lá visitamos o mosteiro de Theotokos Paleokastritsa, que é de 1228. Ele é pequeno e bem preservado. A manutenção é feita há séculos pelos fiéis da irmandade das aldeias de Lakones, Krini, Makrades e Liapades. Ele fica no alto do penhasco e tem-se uma linda vista das rochas caindo sobre o mar.

Descendo de volta à costa, ficam seis pequenas praias (muito lindas, mas a maior parte com pedrinhas em vez de areia). Segundo o Niko, é um dos lugares mais procurados pelos veranistas, mesmo na primavera quando o mar de Corfu é considerado frio, com temperaturas entre 15°e 20°.

Panagia Vlacherna

O mosteiro de Panagia Vlacherna ao sul da Cidade Velha é um ícone de Corfu. É pequeno, mas fica em plena baía e o lugar é muito bonito. A ilha também tem um aeroporto e uma das atrações é ir até lá para ver os aviões passarem literalmente, por cima das nossas cabeças. Fizemos isso com o nosso guia e aproveitamos para tomar mais um sorvete no The Royal depois de ver o mosteiro.

Spilia

A região da costa entre o Forte e o Porto é agradável para passear também, chama-se Spilia. Fomos caminhando por ela até o nosso barco no retorno. São 3 km. Parecia menos e confesso que foi um pouco cansativo, mas depois que já tínhamos andado meio caminho, nos pareceu besteira pegar um taxi.

Muita gente nos diz: nossa como é que vocês ficaram sabendo disso? É muito fácil, estudamos muito antes de viajar! Viajamos pra gostar dos lugares e não para nos decepcionar com eles. Viajamos para aprender, para entender e criar laços com o lugar, com a cultura, com a língua, com a música, com a comida… e trazer na bagagem memórias vivas.

E assim terminou nosso dia em Corfu. Foi rápido, mas valeu para matar a saudade e sentir de novo o gostinho da Grécia!

Veja também:

Ah… a Grécia!

A Acrópole

Panatenaiko e o Templo de Zeus

E agora as Ágoras

Ilhas Argo-Sarônicas

Delfos – o centro do universo!

Mosteiros Suspensos de Meteora

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Buenos Aires x 5

Depois de visitar Buenos Aires 5 vezes, já estava mais que na hora de escrever um post sobre ela, não é mesmo?

Como a Argentina é nossa “vizinha de porta” e tem muitas opções de passeios fora da capital, a gente costuma menosprezar Buenos Aires como destino turístico, mas ela merece pelo menos 4 dias inteiros para se conhecer os locais mais legais. Mas se você puder ficar um pouquinho mais… Buenos Aires tem muita coisa boa para ver e fazer (e também para comer!).

Os voos saem de Guarulhos ou do Aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre, mas recentemente a Aerolíneas Argentinas começou a operar um voo direto de Curitiba. Buenos Aires tem 2 aeroportos e os daqui costumam ir para Ezeiza (a maioria), mas também há para o Aeroparque. Cheque ao comprar os bilhetes pois ficam cerca de 1 hora de ônibus (30 min de carro) um do outro.

A Chegada

Atenção com os Taxis: Ao chegar ao aeroporto cuide-se com os taxistas que abordam na saída. O ideal é ir ao guichê do aeroporto e pegar taxi de uma agência. É mais garantido, pois paga-se no balcão e não para o motorista. Se tiver que pagar ao motorista, cuide-se com o dinheiro, não se distraia e repita 1 ou 2 vezes o valor que está dando porque costumam dizer que você lhes deu uma nota menor. Por exemplo: “Então a corrida saiu 720 pesos e estou lhe dando 1.000 pesos – aqui estão mil pesos – o Sr. tem que me dar 280 pesos”. Preste atenção nas notas para que o taxista não diga que recebeu uma nota de 100 em vez de mil. Em nossa 1a viagem fizeram isso conosco e não pudemos discutir porque ele misturou o dinheiro em um bolo de notas. Sempre que pegar taxi, pergunte antes quanto sai a corrida. Eles apontam para o taxímetro e dizem que cobram o que marcar, mas é bom insistir e dizer que precisa saber + ou – para ver se vai poder pagar. Eles fazem cara feia, mas dizem (e depois não podem cobrar muito diferente).

Onde ficar?

Buenos Aires, embora barata para brasileiros hoje (em função da desvalorização do peso argentino), ainda é cara e a hospedagem “come” muito do orçamento. Mas é possível encontrar boas opções pelo Airbnb ou Booking. Há muitos hostels e hotéis grandes e tradicionais com ótimas ofertas (e que podem sair até mais baratos que um hostel). Preste muita atenção no mapa da cidade antes de marcar, pois ela é grande e ficar em bairros mais afastados das atrações pode fazê-lo perder tempo, principalmente se for sua 1a visita. Lembrando que como a cidade é beira-rio, quanto mais perto do porto, melhor localizado você está. O microcentro é o mais indicado, preferencialmente perto da Calle Florida ou da 9 de Julio.

Hotel Ibis Obelisco

O Ibis Obelisco fica super bem localizado, na Av. Corrientes, 1344, a poucos metros da Av. 9 de Julio, do Obelisco e do Teatro Colón. A rua é movimentada, cheia de teatros com espetáculos diversos. Exatamente ao lado do hotel está a famosa e tradicional Pizzeria Guerrin. O lugar é padrão Ibis, muito limpo e o atendimento amigável. Solicitamos a marcação de um show de tango no El Viejo Almacén para a recepcionista e deu tudo certo. O café da manhã é razoável e o restaurante quebra um galho se você chegar tarde e com fome. Um risoto ou um hambuguer, por exemplo, sai em torno de 49 reais, uma salada, 29. Ficamos lá duas vezes. Da última só 4 noites porque estávamos indo para a Quebrada de Humahuaca. Pagamos 867 pesos por noite.

Hotel Rochester Classic

O Rochester fica na rua Esmeralda, 542, pertinho da Calle Florida e da Estação de metrô Mitre-Retiro (que é a que dá acesso para ir para San Isidro e Tigre). É um hotel antigo, mas bom. O café da manhã é gostoso, com omeletes feitos na hora a gosto do hóspede. Na recepção os funcionários ajudam a marcar shows de tango e passeios. Ficamos no Rochester também duas vezes, por 5 e 6 noites respectivamente.

Buenos Aires Bus – Hop on & off

Se for sua primeira visita e não estiver acostumado a usar metrô, no primeiro dia sugiro pegar o ônibus Hop on & off em frente ao Teatro Colón, na Av. 9 de Julio (o ponto é sinalizado com uma placa amarela). Custa 350 pesos por pessoa e vale por 24 horas. Dá para se ter uma boa ideia da cidade e de onde ficam os pontos principais e suas distâncias, além de render algumas boas fotos. A dica é descer apenas no Caminito (parada 7), porque ele demora um pouco para passar de volta.

Microcentro, San Nicolás e Montserrat

O bairro chamado Microcentro fica entre 4 grandes avenidas (Mayo, Córdoba, 9 de Julio e Leandro N. Alem) e concentra vários pontos turísticos como a Calle Florida, Galerias Pacífico, Casa Rosada, Obelisco, Café Tortoni e Plaza de Mayo.

Calle Florida

É a Rua das Flores de Buenos Aires e até se parece com a nossa aqui em Curitiba. Uma rua de paralelepípedos só para pedestres, com lojas em ambos os lados. Tem também lanchonetes como o Burger King e Cafés e volta e meia casais apresentando tango de rua. Tem também muitas lojas de roupas, como a Zara, mas é um pouco cara para fazer compras. Passeie por ela, mas se quiser comprar deixe para fazer isso nos outlets (pontas de estoque de grifes) na Rua Gurrochaga, no bairro de Palermo. Importante: como tem muitos turistas, na Florida há batedores de carteira/celular. Fique atento e nunca troque dinheiro na rua, pois passam moeda falsa.


Galerías Pacífico

Na Calle Florida fica o O Shopping Galerías Pacífico. Ele fica em um prédio neoclássico que antigamente era um teatro e foi todo renovado. Por dentro a grande atração são os afrescos pintados no teto. É magnífico e lembra muito a Galeria Lafayette em Paris. Vale entrar para tirar fotos e tomar um café (as lojas são na grande maioria as de grife e muito caras). A praça de alimentação fica no subsolo e é pequena, mas tem boas opções de comida saudável além das lanchonetes tradicionais. Lá você também pode trocar dinheiro com segurança, pois tem um stand de casa de câmbio. (As taxas podem ser piores que na rua, mas não vale a pena arriscar, pois os mesmos cambistas dão a letra para os punguistas).

Plaza de Mayo & Casa Rosada

A Plaza de Mayo é a praça cívica da cidade (em frente à Casa Rosada) e onde ocorrem comemorações e manifestações. A mais conhecida é o encontro das Mães e Avós de Mayo – que reúne as mães e avós de pessoas desaparecidas durante a ditadura militar na Argentina. Elas pleiteiam saber o que aconteceu com seus filhos e netos (muitos bebês) e onde estão enterrados ou quem os criou (muitos militares acabaram ficando com os bebês que nasceram quando as mães estavam presas em centros de detenção e tortura). A ditadura na Argentina durou de 76 a 83. Quando fomos, presenciamos uma manifestação.

Dica: Veja o filme Imagining Argentina, com Antônio Banderas e Emma Thompson. É um dos melhores do gênero. Outro que ajuda a entender esse movimento é o La História Oficial. Falamos sobre eles no post Argentina no Cinema, confira!

A Casa Rosada é o Palácio do Governo da Argentina e se pode visitar por dentro quando o presidente não está dando expediente. Não o fizemos. Parece-se com o La Moneda de Santiago. Vale umas fotos em frente, mas não é nada de mais. Do outro lado da Plaza de Mayo – de frente para a Casa Rosada, está um dos edifícios mais antigos da cidade, o Cabildo (que era a prisão da Buenos Aires colonial). E do outro lado o lindo edifício do Banco da Argentina, com suas colunas greco-romanas.

Catedral de Buenos Aires

A Catedral fica na Calle San Martin, esquina com a Rivadavia, em frente à Plaza de Mayo e tem uma arquitetura muito diferente das igrejas católicas tradicionais, pois não é em estilo gótico com uma alta torre e sim greco-romano, com uma fachada em colunas, lembrando o Panteão de Marco Agripa em Roma. Foi ali que o Papa Francisco rezou missas por muitos anos.

Café Valerio

Na Calle Esmeralda, 1007, esquina com a Lavalle, bem no centro de San Nicolás, fica o Café Valerio. É um café e pizzaria grande e tradicional, bastante turístico por conta da localização (pertinho da Florida). Fomos algumas vezes e gostamos bastante. Os pratos são generosos e o ambiente é gostoso para almoçar ou lanchar.

Manzana de las Luces

Muita história pra contar! Essa quadra de edifícios históricos data do nascimento da cidade e se chama Manzana de las Luces, porque é a quadra (manzana) onde as melhores mentes da província se reuniam (já foi congresso, prefeitura e foi a universidade de Buenos Aires até estourar a ditadura em 66). O passeio guiado começa às 15:00, custa 50 pesos e dura cerca de uma hora. Dá-se a volta na quadra e a guia explica a importância do local e os fatos históricos acontecidos lá. A Manzana fica entre as ruas Bolívar, Alsina, Avenida Julio A. Roca e Perú, que é a continuação da Calle Florida.

O término é na Igreja de Santo Inácio, construída em 1686, a mais antiga da cidade. Percorrer a Manzana de las Luces é como voltar no tempo e conhecer um pouco da construção de Buenos Aires. Um passeio muito interessante para quem já visitou várias vezes e já percorreu os locais mais turísticos.

Café Tortoni

O Café Tortoni é tradicionalíssimo, de 1858, e todo turista tem que ir pelo menos uma vez, nem que seja somente para um café. O ambiente é uma viagem no tempo – parece muito os cafés parisienses e ainda guarda os espelhos, lustres e cristais franceses da época de sua inauguração. Nós almoçamos lá em nossa 1a visita e na 2a fomos só para um café. À noite ele enche para o show de Tango (que também fomos) – o Teatro anexo é bem pequeno, por isso é bom chegar cedo. Outro ponto importante é que embora o Café aceite cartão para pagar a comida/bebidas, o espetáculo só pode ser pago em dinheiro. É um show simples com dois casais normalmente, mas bem agradável. Ele fica na Avenida de Mayo, 825 (próximo à Plaza de Mayo e Casa Rosada).

Los Leños Tango Grill

Em BA são comuns as churrascarias (parrillas) que apresentam shows de tango juntamente com o jantar. Um desses é o Los Leños, perto do Hotel Rochester, na Calle Suipacha, no Microcentro. O show consiste de dois casais que se revezam, dançando pelos corredores. A comida é boa, embora pouco temperada, a carne era macia e o lugar não é caro. Fomos duas vezes. Uma boa pedida para quem não tem planos de ir a uma tanguería. Em BA, quem não gosta de Tango, bom sujeito não é!

Obelisco e Avenida 9 de Julio

Na Avenida 9 de Julio, bem no cruzamento com a Av. Corrientes, fica a Praça da República e no meio dela o famoso Obelisco, um monumento histórico erguido para comemorar os 400 anos de fundação da cidade. É lá também que os torcedores se reúnem para comemorar as vitórias na Copa do Mundo. Vale uma passada para fotos. A 9 de Julio também tem vários edifícios bonitos para se admirar e fotografar.

Avenida Corrientes

A Avenida é larga e movimentada e é conhecida como a rua dos Teatros. Nela há um banco com as estátuas de Alberto Olmedo e Javier Portales, obra do artista Fernando Pugliese. Os humoristas faziam os personagens “Borges e Alvarez”, no programa “No toca botón”, uma espécie de “A Praça é Nossa”, famoso na Argentina na décadas de 80 e 90. A diversão é sentar-se ao lado deles para fotos. Na Corrientes também tem muitos bons cafés, como o da rede Bonafide.

Tribunales

O lindo edifício dos Tribunais de Justiça da Argentina já foi cenário de muitos filmes famosos como “Argentina, 85” e “O Segredo dos seus Olhos” (confira no post Argentina no Cinema) e pode-se visitar o frontispício e o hall de entrada. Ele fica na calle Talcahuano 490, entre a Lavalle e a Tucumán.

Teatro Nacional Cervantes

De 1921, o Teatro Nacional Cervantes é um dos mais famosos e prestigiados da América Latina. Em 61 ele sofreu um incêndio mas foi reaberto em 68 e desde então monta e recebe vários espetáculos. O edifício foi declarado Monumento Histórico Nacional. Uma figurinha carimbada no Cervantes é o ator Ricardo Darín que costuma dizer que  “El teatro es un lugar de resistencia del actor”. O Cervantes fica na Avenida Libertad, 827.

Pizzaria Guerrín

A Guerrín é muito tradicional. É de 1932 e conhecida como uma marca registrada da cidade, assim como os teatros em frente a ela, o ator Ricardo Darín, e a cerveja Quilmes. Como nos hospedamos no Ibis Obelisco na Av. Corrientes, resolvemos experimentar, pois ela fica ao lado do hotel. Só pelo burburinho logo em frente já imaginávamos que o local era concorrido. E com toda razão. As pizzas são simplesmente maravilhosas! Com muuuita cobertura de mozarela e demais ingredientes sobre uma massa grossa, tipo de pão. E são enormes. Experimentamos a Supreme, com palmito e champignon, a Calabresa e a Margherita. Todas sensacionais! Para completar um ambiente de cantina com boteco, muito simples e descontraído. Valeu muito! Ela fica na Av. Corrientes, 368.

Teatro Colón

Um dos mais lindos da América Latina, o Teatro Colón foi todo restaurado e reabriu há alguns anos. No mesmo estilo da Ópera Garnier de Paris, ele é ricamente decorado e vale muito a pena fazer a visita guiada. Compra-se o ticket para a visita na hora mesmo, na bilheteria (cuja entrada não é pela Av. 9 de Julio e sim ao lado, a Calle Cerrito, 628) – sai 300 pesos por pessoa e dura cerca de uma hora. Fui com uma colega do banco num fim de semana enquanto estava trabalhado em BA e foi realmente muito legal. Há várias obras de arte expostas, assim como figurinos de época. O mais incrível é que era tudo feito lá mesmo. O subsolo do Teatro abriga as oficinas de cenários e figurinos.

Capriatti Café

Pra fugir do café da manhã caro do Ibis Obelisco, logo na esquina está o Café Capriatti, que tem várias opções. Costumávamos tomar café da manhã lá em nossa viagem de 2016 e o fizemos novamente agora. Café com leite, tostadas ou media lunas, manteiga, geleia e suco de laranja, além de poder dar uma olhadinha no jornal ou discutir as notícias da TV com os garçons. Econômico e agradável.

A arquitetura neoclássica dos edifícios seculares da região são um espetáculo à parte. A dica é: olhe para cima!

Café de la Ciudad

O Café de la Ciudad é uma opção legal para um almoço um pouco mais barato ou bom lanche próximo a Av. 9 de julho. Comemos lá algumas vezes, omelete, café com tostadas, suco de laranja e panqueca de doce de leite. Há saladas e pratos mais elaborados também como massas, frango e peixe (o preço dos pratos individuais é em torno de 150 pesos). O atendimento é rápido e bom, embora bem
impessoal.

Caminito e La Boca

La Boca era onde se instalavam os imigrantes que vinham da Europa em busca de trabalho na Argentina. Hoje, seu miolo, o chamado Caminito é uma das mais famosas atrações da cidade. Possui só duas quadras turísticas e ficou conhecido por ser o berço do tango. Os estivadores e trabalhadores do porto construíram suas casas coletivas, com restos de containers e tintas que conseguiam no Porto, os chamado “conventillos”, por isso elas são de placas de zinco e pintadas de várias cores. Hoje são preservadas e repintadas da mesma maneira, pois viraram patrimônio cultural da Argentina.

Conhecido como o berço do tango, além de várias lojinhas de souvenir e estátuas de Carlos Gardel, há também casais dançando tango com roupas típicas. Paga-se para tirar fotos com eles, mas é uma divertida lembrança. Em BA, quem não gosta de tango, bom sujeito não é! Então a sugestão é ir entrando no clima conhecendo o Tango Eletrônico da banda Gotan Project!

Dica: para ir até lá pegue um taxi. Paga-se mais, mas é garantido. Não se afaste do miolo (as 2 quadras turísticas), pois o bairro é pobre, os turistas são visados e os roubos são frequentes. Muito mochileiro resolve “explorar” o lugar e se dá mal.

La Bombonera

O bairro de La Boca começou a se popularizar em 1870. Lá está o famoso estádio do Boca Juniors, o La Bombonera. Fica na parada 6 do ônibus Hop on & off. O acesso é um pouco complicado, não tem metrô perto e outras opções seriam táxi ou ônibus de linha. Se optar por ônibus, pegue o 33 (que para no ponto da avenida atrás da Casa Rosada). A visita é uma boa pedida para quem é fã de futebol.

Recoleta

Um dos melhores bairros da cidade, é onde a antiga aristocracia vivia. É muito gostoso para percorrer a pé, pois tem uma arquitetura bem parisiense. Na Avenida Alvear, considerada a mais elegante da cidade, há várias construções neoclássicas e edifícios que hoje são sedes de embaixadas. A da França (Palacio Ortiz Basualdo) e a do Brasil (Palacio Pereda) são as mais lindas. Grandes marcas de lojas e ateliês de alta costura também se instalaram no bairro, ocupando os palacetes, como fazem na Europa.

Pode parecer kitsch, mas o Cemitério da Recoleta é uma das grandes atrações de Buenos Aires e está presente em todos os guias turísticos da cidade, assim com o Père Lachaise em Paris. Ao lado, está a igreja de Nossa Senhora do Pilar (de 1903), que é muito bonita por dentro. Assistimos a uma missa lá. Em frente, aos Sábados, há uma feira do tipo hippie com muitas barracas de artesanato de boa qualidade (roupas, couro e joias em prata).

O Cemitério em si é enorme, tem ruas e até avenida principal e os túmulos são imponentes. Pode-se encontrar estudantes de Arte sentados com suas pranchetas, copiando os desenhos das lápides. Muitas esculturas foram feitas por artistas estrangeiros (italianos principalmente), pois era comum as famílias ricas encomendarem as obras da Europa para adornar os túmulos. Alguns são tombados pelo patrimônio histórico nacional. O Cemitério foi inclusive cenário de uma minissérie de TV Argentina de muito sucesso, chamada Epitáfios. É uma das maiores e mais bonitas necrópoles do mundo. O túmulo mais visitado por locais e turistas é o de Eva Perón, mulher do Presidente mais querido do país. Quando fomos era o aniversário de sua morte e havia muitas comemorações e homenagens acontecendo.

É na Recoleta também que fica a Floralis Generica, na plaza Naciones Unidas. É uma escultura metálica de 20 metros de uma flor, que abre e fecha conforme a luz solar.

Livraria Ateneo Grand Splendid

Ainda na Recoleta, na Avenida Santa Fe, 1860 , fica a Ateneo Splendid. No ranking das 10 mais bonitas do mundo, ela é famosíssima por ser um teatro transformado em livraria. Ganhou o nome de Teatro Grand Splendid e suas portas foram abertas ao público em 1919. O templo dos livros mantém características do antigo teatro, com camarotes iluminados e um palco com uma cortina vermelha. A livraria é realmente linda para se admirar e pouca gente a visita porque está fora do circuito turístico de BA, mas vale muito a pena percorrer os 3 andares, além de tomar um café no palco, transformado em Cafeteria. Os títulos à venda são em espanhol, assim a não ser que leia na língua, não vai comprar muita coisa, mas há vários DVDs na parte inferior da livraria, alguns com legenda. E o Cinema Argentino é sensacional. (Na Calle Florida também há uma pequena filial da Ateneo, mas o grande barato é conhecer a original). Imperdível!

“Livrarias são lugares mágicos. Em cada prateleira há vários volumes, cheios de ideias, sonhos e inspirações de pessoas de todo o mundo, só esperando para serem encontrados e poderem compartilhar os universos que guardam dentro de si.” (Isabela Moreira)

Centro Cultural Recoleta

Na Av. Pueyrredón, 2501 fica o Centro Cultural Recoleta, que é a “casa” do grupo argentino, reconhecido mundialmente, Fuerza Bruta. Eles fazem um espetáculo vibrante e cheio de energia. O show envolve música, dança e circo e desafia os padrões. Uma mistura de Ballet Deborah Colker com Balada Trance – uma loucura! Dura uma hora e a gente assiste tudo em pé, pois o show é aéreo – mas não chega a cansar. Vale olhar o calendário e agendar porque lota. Acabamos vendo o espetáculo Wayra em SP porque não marcamos com antecedência para ver em BA.

San Telmo

San Telmo é o bairro mais antigo de Buenos Aires, muito tradicional e conhecido por sua feira aos domingos. Fomos a pé, saindo da Plaza de Mayo são 10 quadras até a Praça Dorrego, Rua Defensa e Humberto I. Parece bastante a Feira de Tristán Narvaja, de Montevidéu. São quase 300 barracas que vendem de tudo – souvenires, roupas e antiguidades, principalmente discos (o que o Ede adorou).

Quando fomos também havia um grupo de músicos de jazz tocando em uma esquina – eram muito bons. Como a feira enche, cuide-se com batedores de carteira. Nas redondezas pode-se também comer um choripan (pão com linguiça e molho chimichuri – bem gostoso!) Dica: o chorizo é a nossa linguiça. O chouriço mesmo é “morcilla”.

O bairro também tem muita arte de rua espalhada pelos paredões e muros. Um bonito exemplo é a homenagem a Cecilia Grierson  (1859-1934), que foi a primeira mulher a receber um diploma de medicina na Argentina e foi fundadora da Escola de Enfermagem. Em San Telmo também há uma praça com seu nome.

Zanjón de Granados

Também em San Telmo, na Defensa, 755, está o Zanjón de Granados, um casarão de 1830 que está justamente no local da fundação da cidade de Buenos Aires. Ali as famílias ricas construíam casarões como esse, de 4 pisos (o Zanjón tem 20 cômodos) para, do alto de seus terraços, poderem avistar o Mar del Plata e ver quando seus barcos aportavam ou partiam com mercadorias – ou seja, ficar de olho nos negócios. Os primeiros donos do casarão eram espanhóis muito ricos que possuíam vários escravos e tinham uma cisterna de 18 mil litros – um luxo para a época, tanto é que vendiam água potável para os vizinhos. A visita ao Zanjón é paga (115 pesos por pessoa), mas é um ótimo passeio se tiver tempo (e se por acaso o clima não estiver tão bom para bater perna ao ar livre). Tem visitas diárias, menos aos sábados.

Mafalda

Perto dali, na esquina da rua Chile com a Defensa está o famoso monumento à Mafalda, personagem dos quadrinhos do cartunista argentino Quino (que viveu em San Telmo). Mafalda ficou famosa porque era contestadora e fazia duras críticas sociais durante os anos 60. Com muito bom humor e inocência, odiando sopa e amando os Beatles, fez muita gente pensar. É comum ter bastante gente em volta da estátua e você precisar esperar a sua vez para tirar uma foto. Mas é icônico! Mafalda tem mais de 50 anos e ainda é muito atual. Vale comprar uns quadrinhos também!

Paseo de la Historieta

E prepare-se para caminhar um pouco enquanto procura as estátuas dos personagens de famosas histórias em quadrinhos argentinas! Justamente com a Mafalda, na esquina da Chile com a Defensa, começa o Paseo de la Historieta. Uma coisa boa do trajeto foi poder explorar ruas de San Telmo que de outra forma não estariam em nosso roteiro. Algumas das estátuas não estão, infelizmente, muito bem conservadas, mas a brincadeira de “caça ao tesouro” foi divertida e tiramos várias fotos com Isidoro Cañones (El Playboy), Larguirucho, Don Fulgêncio, Clemente (o fanático por futebol), Las Chicas Divito, Patoruzú (E Cacique Tehuelche), Patoruzito e Isidorito y el Gaturro. Como a passagem estava interrompida por obras em Porto Madero, não seguimos adiante, mas gostamos bastante do passeio.

El Viejo Almacén

Assistir a um bom show de tango faz parte da experiência portenha e, de fato, a dança e a música constituem a cultura local. Esse é, exatamente, o destaque dessa tanguería, mostrar a cultura local e verdadeira. Fomos duas vezes ao Viejo Almacén, em San Telmo, e valeu muito a pena. O valor só para o espetáculo é de 70 dólares por pessoa, com transfer de e para os hotéis. O show é muito bom e como o teatro é pequeno a visão é ótima. Um plus foi um grupo típico da Quebrada Huamaqueña tocando erke, charango e bombo. Fantástico! Não há nenhuma super produção, apenas a certeza de estar em uma casa de tango que já faz parte da história de Buenos Aires. Se você espera algo tipo Broadway, vá ao turístico (e caro) Señor Tango. Agora, se quiser sentar-se próximo aos artistas, sentir a energia do tango de raiz, esse é o lugar. Ele fica na calle Balcarce, 799.

Puerto Madero

O bairro de Puerto Madero às margens do Mar del Plata é um dos mais cool da cidade. O antigo porto ficou por anos abandonado e sofreu uma super revitalização no ano 2000, sendo hoje o bairro mais caro de Buenos Aires para se viver. Os antigos armazéns e depósitos dos dois lados da margem viraram restaurantes descolados (e sofisticados), galerias de arte, como a FAENA, e espaços de eventos. É uma delícia andar pelos calçadões em um dia de sol e almoçar por lá. A famosa Puente de la Mujer liga as duas margens e é uma das principais atrações turísticas da cidade. Todo mundo faz fotos dela e nela!

Hotel Hilton

Fiquei duas semanas em BA a trabalho e me hospedei no Hilton. É claro que se fosse por minha conta não teria grana para ficar lá, mas se você quiser ir só para tomar um café da manhã delicioso e conferir a arquitetura super moderna e inusitada, recomendo! Ele fica no coração de Puerto Madero. Sugiro entrar nem que seja para conhecer o hall, que é esplêndido, e tirar algumas fotos. (Ele foi cenário do filme Nueve Reinas, com Ricardo Darín – que, aliás, é ótimo. Confira no post Argentina no Cinema)

Restaurante El Faro

O El Faro fica no Hilton. O menú tem poucas opções mas são todas muito bem preparadas. Como fiquei no hotel, comi várias vezes lá. Experimentei o lomo com queijo grelhado, o peito de frango com fritas, o salmão, a sopa de cenoura com gengibre (servida no búle) e as sobremesas. Muita gente não se hospeda, mas vai tomar um brunch com tudo o que tem direito (como não é muito barato, vá com fome para aproveitar bem!). Vale a pena!

FAENA e El Mercado

A FAENA é uma galeria de artes que traz exposições e eventos culturais de artistas argentinos e também internacionais. Quando fui vi uma instalação muito interessante do artista Richard Long que viajou pela província de Mendoza e também pela Patagônia e se inspirou em seu solo e geografia. Lá dentro do complexo também fica o El Mercado, um restaurante um pouco mais sofisticado. Ele fica na calle Marta Salotti, 445. A comida é bem gostosa, mas bem carinha.

Restaurante Bice

Da primeira vez que fomos queríamos ir a famosa churrascaria Siga la Vaca, mas chegando lá a fila estava enorme e a espera de duas horas. É claro que demos no pé. Caminhando um pouco pela doca 1 encontramos o Bice, na calle Alicia Moreau de Justo, um italiano de rede, mas muito bom. Gostamos bastante e voltamos lá em nossa terceira viagem, desta vez para o almoço.

Il Gatto

Outro lugar gostoso, e um pouco mais barato, é o Il Gatto, também na Alicia Moreau de Justo. O lugar é agradável e além de pratos de massas também tem pizzas e boas sobremesas, como salada de frutas e sorvete de doce de leite.

Bahia Madero

Mais barato que o badalado Cabaña Las Lilas e também muito bom é o Bahía Madero. O bife de chorizo é super caprichado e o lugar agradável. Vale a pena!

Se estiver visitando à tarde e quiser somente um sorvete ou um café também há várias opções, inclusive redes, como o Café Havana e a Sorveteria Freddo.

Puerto Madero é também bastante seguro para se caminhar a noite. Embora a iluminação não seja 100%, dá para andar numa boa pelos calçadões e ir a pé de um lado a outro.


Palermo

Palermo é um bairro grande e é dividido em partes, uma delas é chamada Palermo Soho, e é onde se concentram os bares e restaurantes da moda de Buenos Aires. É a cena hipster da cidade. A outra parte é conhecida como Palermo Hollywood, onde está o famoso bar Perón Perón. A Avenida Juan B. Justo corta esses dois bairros. Então do lado esquerdo fica Hollywood e do direito Soho. Há ainda Palermo Viejo, que é a parte mais tradicional e antiga e onde fica a conhecida rua dos outlets. Há ainda outra chamada Palermo Chico, que é onde fica o Malba, o Museu de Arte Moderna.

Rua Gurrochaga

A esquina da calle Aguirre com a Gurrochaga em Palermo Viejo é onde você deve começar suas andanças para fazer compras. Para chegar lá pode ir de metrô (que chamam de “Subte”) descendo na estação Malabia. Também pode pegar um taxi e dizer que quer ir aos Outlets da Gurrochaga. Aprendi a ir lá com os colegas do banco. Tem muitos outlets bons com preços e promoções que não tem nos shoppings. Vá com tempo! Vale a pena! Se ficar com fome ali pertinho tem a lanchonete Whoopies com mesas ao ar livre em frente. Provamos o sanduíche de pernil com batatas rústicas e uma limonada com menta e gengibre, bem refrescante. Ela é de rede. Se achar alguma pela cidade, pode ir que é boa!

El Perón Perón

Juan Domingo Perón (1895-1974) foi três vezes presidente da Argentina e ficou conhecido, assim como Getúlio no Brasil, por conceder vários benefícios aos trabalhadores. Sua segunda mulher, Eva Perón (Evita) tornou-se um mito, amada por milhares de pessoas. 

“Los muchachos peronistas todos unidos triunfaremos… ¡Viva Perón! ¡Viva Perón!”

Foi ao som do hino peronista, que ecoa pelo bar a cada uma hora, que jantamos. Chegamos cedo (às 20:00) e foi possível escolher uma boa mesa nos ambientar para esperar por nossos amigos… depois das 21:00, entretanto, o lugar lotou e a festa começou. Achamos muito divertido e gostamos das homenagens. Muitos quadros nas paredes e em meio às mesas um lindo altar para Evita completa o cenário. A comida também estava muito boa (comemos a Bondiola Braden, além de um prato de polenta cremosa com cogumelos grelhados). As bebidas tem nomes muito criativos, como Descamisado, Capitana e Néstor Vive. O El Perón Perón fica na Calle Angel Justiniano Carranza 2225, em Palermo Hollywood. Adoramos!

El Preferido de Palermo

O Bodegón El Preferido é um dos Bares Notables de Buenos Aires (locais que foram palco de eventos históricos, culturais e literários importantes, tombados pelo patrimônio). De portas abertas desde 1952, fica em um clássico casarão de esquina e remete aos antigos armazéns de secos e molhados, com prateleiras de madeira cheias de latas e vidros de conservas e grandes peças de presunto defumado penduradas em vigas, em meio a candelabros. A modernidade entra por meio de uma grande TV de tela plana encaixada na armação de madeira verde-clara. Chegamos cedo e ficamos numa das mesinhas altas, ao lado da janela, para dali apreciar o movimento da rua Jorge Luís Borges.

“Sou o que sabe não ser menos vão
Que o vão observador que frente ao mudo
Vidro do espelho segue o mais agudo
Reflexo ou o corpo do irmão.” (Jorge Luís Borges)

Pedimos as tradicionais cervejas Quilmes e uma picada de jamón y queso, que veio muito bem servida. Papo com garçom sobre as notícias do Jornal das Oito e nem vimos o tempo passar! Tanto que nem nos lembramos de nos mudar para o salão ao lado, onde fica o restaurante, como era nosso plano inicial. Conclusão: se o bar fosse aqui em Curitiba não sairíamos de lá!

MALBA

O Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires fica na Avenida Figueroa Alcorta 3415, em Palermo Chico, e é um museu privado, criado em 2001. É muito moderno e abriga uma coleção permanente de obras de artistas como a brasileira Tarsila do Amaral, Diego Rivera, Frida Kahlo, Candido Portinari e Joaquín Torres García. O famoso quadro Apaporu, da Tarsila, fica lá, mas às vezes ele é emprestado. Vale a pena checar no site deles o que está o e o que não está antes de ir.

Belgrano

Belgrano é um bairro nobre e caro. Lá ficam grandes mansões, há muitos bons restaurantes, pubs e casas noturnas. Demos uma passada somente à noite para jantar.

Parrilla El Pobre Luis

Parrilla significa churrasco, churrasqueira e também churrascaria – assim quando o restaurante disser Parrilla a especialidade é carne – mas a maioria é a la carte – espeto corrido é coisa do Brasil.

Fomos ao El Pobre Luis (que de pobre não tem nada!) com amigos e embora tenhamos gasto mais de 100 pesos no taxi saindo da Av. 9 de Julio, valeu a pena o trajeto! Carnes espetaculares, com destaque para o lomo recheado e o matambre. A cebola recheada com queijo e assada também é uma delicia, assim como a provoleta completa, um queijo assado com presunto e tomates por cima. De tirar o chapéu! De quebra o lugar é muito agradável e aconchegante, decorado com camisetas de futebol de vários times. Adoramos e recomendamos muito.

Depois de cinco visitas já nos sentimos um pouco porteños… seu Edevaldo Miguel até o jornal já lê!

E para deixar minha marquinha em Buenos Aires, assim como ela fez comigo, fui ao Parque Costanera participar de uma ação de voluntariado muito legal. Um dia ainda volto lá visitar a minha árvore!

Veja também os posts sobre nossa aventura pelo norte da Argentina e pelo delta do rio Paraná:

Tigre, Argentina

Argentina no Cinema

Quebrada de Humahuaca

O “desenterro” do Carnaval

Tumbaya e Salinas Grandes




Em destaque

Delfos – o centro do universo!

Na antiguidade, Delfos era sede de um grandioso templo erguido em honra do deus Apolo. Considerado símbolo da inspiração poética e profética, Apolo era venerado pelos povos gregos como o deus do sol, da medicina, da beleza, perfeição, harmonia, equilíbrio, razão e luz da verdade.

A viagem de Atenas até Delfos é de 4 horas (são 200 km) de ônibus subindo a 2.457 metros de altitude, mas vale a pena! Ela é uma das maravilhas da antiguidade e seu sítio arqueológico é patrimônio da UNESCO.

Fizemos a excursão com a agência Arty Tours que oferecia o tour em espanhol. Foi bacana porque tivemos toda a explicação do sítio arqueológico e o ingresso ao Museu de Delfos estava incluído no pacote, além disso os turistas eram latinos e nos sentimos bem à vontade.

Atualmente a cidade de Delfos é grande e fica na planície, junto ao Monte Parnaso, enquanto as ruínas em si ficam lá em cima – a vista e a atmosfera são incríveis!

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Delfos foi ocupada ainda no período neolítico (entre 10 mil a 3 mil a.C). Mas a maior parte das ruínas é dos séculos VI a IV a.C. O famoso Oráculo ficava dentro do templo dedicado ao deus Apolo e era reverenciado por todo o mundo grego como o Omphalos o centro do universo.

Templo de Apollo

O templo de Apolo é do século IV a.C. e é o terceiro erguido no mesmo lugar (ou seja, já existia bem antes disso). Segundo a mitologia, a deusa Têmis era responsável pelo oráculo, que era guardado pela serpente Píton. Apolo, que havia aprendido a arte da profecia do deus Pã, matou a serpente e tomou o oráculo.

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Em Delfos havia uma fonte que emitia “vapores mágicos” e permitiam ao oráculo fazer as profecias. Assim, o oráculo nada mais era que uma sacerdotisa que inalava os gases da fonte e respondia as perguntas de quem a consultava. O primeiro oráculo de Delfos, Sibila, teria sido a filha ou a irmã de Apolo. Ela cantava as intrigantes previsões que recebia de Gaia (divindade que representa a Terra), sentada sobre uma rocha. O oráculo exercia uma grande influência em todo o país e tanto reis quanto guerreiros peregrinavam até lá para consultá-lo sobre vários temas, como ir ou não para a guerra e a fundação de colônias. Também era respeitado em países vizinhos como a Macedônia e até mesmo no Egito antigo.

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Segundo Heródoto, o rei Creso, da Lídia, consultou Delfos antes de atacar a Pérsia e recebeu a resposta: “Se você o fizer, destruirá um grande império”. O rei então interpretou a fala do oráculo como favorável, atacou e foi derrotado (o grande império destruído foi o seu próprio).

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Diz-se também que o oráculo proclamou Sócrates o homem mais sábio da Grécia, ao que Sócrates respondeu que se fosse assim então ele era o único ciente de sua própria ignorância. Essa lenda está relacionada com um dos lemas mais famosos de Delfos: “Conhece-te a ti mesmo”.

O Tesouro de Atenas

O templo de Apolo era rodeado de várias capelas, chamadas de tesouros, uma vez que guardavam as oferendas  (muitas delas em ouro) das cidades-estado gregas, para comemorar vitórias dedicadas ao deus, ou para agradecer benefícios. Devido às valiosas doações, Delfos tornou-se um centro de grande riqueza e influência, e funcionava na prática como o banco da Grécia antiga. Mais tarde suas riquezas foram pilhadas por sucessivos conquistadores, sendo uma das causas do declínio da cultura grega.

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O mais importante era o Tesouro de Atenas (hoje o único restaurado) construído para comemorar a vitória Batalha de Maratona de 490-489 a.C. (famosa pelo soldado Fidípides, que correu 200 km em um dia para chegar à Esparta e pedir ajuda na batalha de Atenas contra os persas).

Curiosidade: O muro de pedra que foi construído para sustentar o terraço do templo é uma atração por si mesmo, pois suas pedras são cobertas de inscrições que ilustram o desenvolvimento da escrita grega. Segundo nosso guia, a língua não mudou muito e ainda hoje um grego consegue ler essas inscrições milenares. Achamos isso muito legal!

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1570 (2)Se estiver disposto a subir mais um pouco, poderá ver o Teatro de Delfos, que tinha espaço para cinco mil pessoas, e um estádio, localizado no ponto mais alto e que poderia receber até 6.500 pessoas para assistir provas esportivas. A pista de corrida tem 177 metros.

Museu de Delfos

O Museu de Delfos é um dos maiores da Grécia e abriga algumas das obras mais importantes do mundo grego antigo, encontradas durante as escavações do sítio arqueológico a partir de 1840. São mais de 6.000 itens que demonstram o prestígio do Oráculo. Nós, amantes de história, ficamos de queixo caído!

Reserve algum tempo para apreciar e fotografar a Esfinge de Naxos, os frisos dos Tesouros com representações dos 12 trabalhos de Hércules, as famosas estátuas Kouros, os gêmeos da ilha de Argos, a estátua de Antino, amante do Imperador Adriano, a coluna com folhas de acanto e as três bailarinas, que ficava no templo de Apolo e originalmente tinha 13 metros e a incrivelmente realista estátua de bronze do Auriga, o condutor de bigas, além de peças em ouro, escudos e elmos. Para nós, isso sim é um verdadeiro tesouro!

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Esfinge de Naxos

A Esfinge é do séc. VII-VI a.C. e ficava sobre uma alta coluna ao lado do Templo de Apolo. É uma representação da arte arcaica grega (anterior ao período clássico).

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Kouros

Diz a lenda que a Cydipe, uma sacerdotisa da deusa Hera foi convidada para um festival no templo, mas quando o boi que a levaria à festa não foi encontrado, os irmãos Kleobis e Biton amarraram-se à carroça e a puxaram por 6 milhas até o Templo. Chegando lá Cydipe implorou à Deusa para que recompensasse seus filhos por sua força e devoção com a felicidade eterna. Quando as cerimônias, orações e sacrifícios acabaram, os gêmeos adormeceram no templo e nunca mais acordaram. Esse foi o presente de Hera: permitir que morressem. Para honrá-los, o povo de Delfos lhes dedicou essas estátuas funerárias de mármore (cada uma com de 2,16 metros) e as colocou no templo de Apolo. Assim como a Esfinge de Naxos, esculturas similares aos Kouros são encontradas somente no Museu do Louvre, em Paris.

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Estátua de Antino 

1715 (3)O jovem Antino nasceu em Mantineion próximo à Claudiópolis, hoje Bolu, na Turquia, em 27 de novembro de 110 d.C. Ele teria sido o favorito do Imperador Adriano, que governou de 117 a 138 d.C. Antino morreu precocemente e Adriano, que o amava apaixonadamente, sofreu muito sua perda, tanto que o transformou em divindade e mandou erguer estátuas do amante em várias cidades da Grécia. Há outras espalhadas em várias localidades, uma delas no Vaticano. Esta, feita com mármore da ilha de Paros, foi doada ao Oráculo de Delfos em 130 d.C.. Era mesmo lindo!

As Três Bailarinas

A colunata de 13 metros tinha como adorno este capitel em forma de folhas de acanto onde estão em pé três bailarinas com suas roupas diáfanas. A oferta foi feita ao Oráculo de Delfos entre 335-325 a.C. e diz-se que as moças representam as filhas do mítico rei Cécrope, fundador e primeiro rei de Atenas – que era metade homem, metade serpente. Elas teriam morrido ao fugir da Acrópole após assustarem-se ao ver serpentes guardando a caixa em que repousava seu irmão, ainda bebê.

O Auriga de Bronze

O auriga era o condutor de bigas de guerra, puxadas por 4 cavalos – a quádriga. Na Roma antiga eles também conduziam os carros nas competições do Circus Máximos.

Os aurigas eram muito bem pagos e faziam carreira. O mais famoso deles, Caio Apuleio Diocles, teria ficado tão rico quanto o imperador, sendo considerado até hoje o atleta mais bem pago do mundo! Esta estátua é uma homenagem a um condutor que venceu os Jogos Píticos de 478 a.C.. Ela foi descoberta nas escavações de 1896 debaixo da Via Sacra (o caminho que leva ao templo de Apolo). Em tamanho natural, toda em bronze, é a grande joia do Museu de Delfos e uma das estátuas mais importantes do século V a.C.. O detalhamento é mesmo incrível!

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Termópilas, Leônidas e os 300 de Esparta

Deixando Delfos, em direção ao norte (rumo à Tessália), uma hora e quinze minutos depois, chegamos ao Memorial de Leônidas, nas Termópilas.

Assistiu o filme 300 ? Então… não é lenda não…o lugar existe, assim como também existiu o Rei e guerreiro espartano, Leônidas, que era excelente estrategista e que realmente resistiu, com apenas 300 soldados, ao ataque do rei persa Xerxes (que provavelmente não era lindo como o Rodrigo Santoro!) e seu exército de 30 mil homens. A morte de Leônidas e seus homens inspirou toda a Grécia a lutar com a invasão. Hollywood aumentou, mas não inventou!

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A armadura original de Leônidas, de 490 antes de Cristo, usada na Batalha de Termópilas , está hoje no Museu Arqueológico de Atenas.

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E para lembrar depois, a dica é ver o filme de novo!

Nessa releitura da mítica batalha, o rei Xerxes da Pérsia reúne um exército de milhares de pessoas, vindas da Ásia e África, para invadir e conquistar a pequena e dividida nação da Grécia, em 481 a.C. Mas quando as forças persas avançam e entram na traiçoeira passagem da montanha de Termópilas, encontram o rei espartano Leônidas e sua guarda real, que somava apenas 300 soldados. Segundo a lenda, sua coragem e sacrifício inspiraram toda a nação a se unir contra o inimigo persa, plantando as sementes da democracia e inaugurando a Idade de Ouro da Grécia.

Próxima parada: Mosteiros Suspensos de Meteora! Não perca!

Veja também:

Ah… a Grécia.

A Acrópole.

Panatenaiko e o Templo de Zeus.

E agora as Ágoras.

Ilhas Argo-Sarônicas.

Mosteiros suspensos de Meteora.

Em destaque

Ah… a Grécia!

Um sonho antigo, fomos à Grécia como parte de nossa viagem de um mês pela Europa e reservamos 6 dias para o país. Foi pouco, mas como dizia o célebre escritor:

Leva-se uma vida para descobrir a Grécia, mas somente um instante para apaixonar-se por ela” (Henry Miller)

E como ser diferente? Mitologia, Arte, Arqueologia, Ilhas, Praias, Mosteiros, Tabernas, Montanhas… Como era nossa primeira vez e queríamos aproveitar para conhecer um pouquinho de cada coisa fizemos: Atenas, um tour rápido pelas Ilhas Argo-Sarônicas (Hydra, Poros e Aegina), Oráculo de Delfos e Monte Parnassus e os Mosteiros Suspensos de Meteora em Kalambaka – mais no interior do país. Contamos aqui como foi essa experiência extraordinária.

Atenas

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A cidade de mais de três milhões de habitantes merece posição de destaque na lista de “lugares para conhecer antes de morrer”, afinal foi um dos berços da civilização ocidental, da democracia, da filosofia, do teatro, da ciência e das artes e preserva as marcas desse passado de glória em pleno centro da cidade, com a Acrópole pairando majestosa sobre ele.

Fomos para Atenas a partir de Roma com Aegean Air que é uma aerolinha regional, relativamente barata e muito boa. Lá, ficamos no Hotel President – a 5 km de Monastiraki e de Plaka – o centro histórico.

O hotel é um quatro estrelas e tem um serviço ótimo , com funcionários fluentes em inglês – o que ajuda muito. Também tem um ótimo restaurante – nossa primeira refeição na Grécia foi lá! Salada grega com queijo feta (feito com leite de ovelha) e costeleta de cordeiro ao molho – pensa numa comida boa!

Como circular por Atenas

Atenas é cara e ficar bem no miolo pesa bastante, por isso, uma dica é procurar um hotel próximo a uma estação de metrô – a nossa, Ampelokipoi, ficava a uns 700m do hotel. Só para ter uma ideia dos preços: o metrô do aeroporto para o centro custa cerca de 10 euros e o táxi, 40!

A primeira coisa que fizemos logo que chegamos foi conseguir um mapa da cidade – ele realmente ajuda bastante, pois embora os principais monumentos e atrações estejam bastante concentrados é muito fácil confundir-se. O centro histórico não é muito grande e é possível fazer quase tudo caminhando. Entretanto, uma boa opção para se locomover logo no primeiro dia é tomar o Hop on and Off Bus, com parada nos principais pontos de interesse, mas reserve uma manhã ou tarde inteira somente para a Acrópole. Foi o que fizemos!

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Monastiraki

Chegando ao centro de Atenas – também chamado Plaka, a primeira parada é a praça Monastiraki, onde se pode apreciar a cidade realmente viva! Locais e turistas circulam por ela o tempo todo e a partir dali a gente se embrenha pelas ruazinhas de comércio para comprar souvenirs e comer nas tabernas típicas. Andamos muuuito por lá!

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Maiandro´s

Um restaurante que gostamos bastante, e que não foi caro, foi o familiar Maiandros (rua Andrianou, 47, em Monastiraki). Além de muitas recomendações ganhamos um panfleto dele ao comprar souvenirs na loja Iolos (que é da mesma família), também na rua Andrianou. (Lembra do filme Casamento Grego em que os parentes trabalhavam nos negócios uns dos outros? Agência de Viagens, Restaurante, Lavanderia… então!)  Depois de decifrar o menu, comemos um delicioso souvlaki (espetinho) com salada grega. Não se assuste se não entender nada do que está nos quadros – eles trazem o cardápio com tradução em inglês. A dica é dizer: “Katálago Anglika Parakálo” – Menu em inglês por favor!

O que pedir:

Os quadros com o cardápio em Grego trazem os pratos do dia e é até engraçado tentar decifrá-los, mas não se engane! RAPIDEZ não é um fast food e TYPOS não é um sortido! 

A comida grega é muito boa e o cardápio é sempre bem variado. Experimente a tradicional moussaka (lazagna de berinjela), os souvlakis (espetinhos) ou os kéftedes (bolinhos de carne moída fritos) e a salada grega com tzatsíki – um molho delicioso e refrescante feito de iogurte, pepino, alho e hortelã.  O arroz grego, chamado piláfi, nem sempre acompanha os pratos e vale a pena pedir à parte. Uma opção vegetariana deliciosa é o gigantes sto fourno (feijão fava cozido em molho de tomate e azeite de oliva).

Além disso, em Atenas e nas ilhas tem sempre muito peixe! O mais tradicional é o psária plaki – peixe assado com cenoura, alho-poró, batata e molho de tomate. IMG_0338Para a sobremesa, além do sorvete de pistache, há o tradicional iogurte com mel – gaiaoúrti kai méli (o iogurte é super azedo, mas com o mel fica bem gostoso), outra opção gostosa – mas bem doce – é a baklava (folhado de nozes ou amêndoas e mel).

A Rua Andrianou é a rua dos restaurantes – tem dezenas deles. Ela fica praticamente atrás da estação de metrô Monastiraki.

Zorba´s

O Zorba´s é um uma típica taberna grega, com serviço rápido e muito amigável. Fica na Rua Lissiou, uma ruazinha estreita com vários restaurantes, bem no miolo de Plaka – perto da Ágora Romana. A comida é boa e os preços bem razoáveis para o padrão da cidade (o menú tem tradução em inglês).  Há um terraço muito agradável e, como estava um dia quente, escolhemos uma mesa justamente do lado de fora para almoçar em nosso terceiro dia em Atenas. Resolvemos voltar à noite, pois realmente gostamos muito. Os vinhos da casa são geralmente servidos em jarras de 500ml por valores de 4 a 9 euros. Foi no Zorba´s que provamos o Retsina, o vinho grego – feito de uma mistura de resinas. Tem um sabor bem diferente. Valeu experimentar, pois descobrimos que não é o nosso preferido. Em compensação, o trago tradicional grego, o Ouzo, é uma delícia e o pedíamos sempre como digestivo.

No fim do dia todo mundo se reúne por ali e a praça Monastiraki e as tabernas fervem!

Taberna Kalokerinos

À noite fomos à Taberna Kalokerinos, em Plaka, para jantar e para ver o show de música e dança folclórica grega. A indicação foi do taxista que nos levou e gostamos bastante, pois é uma das casas mais antigas e tradicionais do centro de Atenas.

Como é comum em lugares com show, a comida não é a melhor da cidade, mas as cantoras eram muito boas e as danças bem animadas. Chegamos cedo e fomos embora também não muito tarde porque no dia seguinte a viagem continuaria. Valeu para termos um gostinho da cultura grega e para os pés formigarem com o sirtaki!

Dica: para aproveitar bem seu tempo na Grécia (mesmo que curto) estude! Isso mesmo! Tire um tempo para ler um pouco sobre o país e também sobre história e mitologia. Afinal, uma pedra só será um templo se você souber de onde ela vem! E não esqueça de aprender pelo menos algumas das palavrinhas mágicas para não parecer um turista mal educado! Abaixo algumas que aprendemos e suas pronúncias:

Bom dia: Καλημέρα (Kaliméra) / Boa tarde/noite: Καλησπέρα (Kalispéra) / Obrigado: Ευχαριστώ (Efharistô) / Por favor/De nada : Παρακαλώ (Parakálo). E tem também a expressão Ώπα – a nossa “Ôpa!” – que é muito usada para expressar alegria e você vai ouvir bastante.

E para conhecer um pouquinho da Grécia antes de ir ou lembrar quando voltar, recomendamos os filmes abaixo:

Falando Grego (2009) – Georgia é uma professora que retorna à Grécia para ensinar Estudos Clássicos na Universidade de Atenas. Dispensada por falta de verba ela acaba trabalhando como guia turística em uma pequena agência. Infeliz por nada parecer funcionar e por só pegar grupos de turistas ignorantes e chatos, ela pensa que chegou ao fundo do poço e resolve fazer só mais uma viagem antes de pedir demissão. Mas esse último tour por Atenas, Delfos, Olímpia e Epidauro a faz reencontrar o seu “kefi” e se apaixonar novamente, por um homem, pela Grécia e pela vida. Sessão da tarde pra matar as saudades de Plaka, da Acrópole, das Ágoras, dos Templos, do Oráculo e das praias. (Amazon Prime)

IMG_9339The First Line (Promakhos, 2014) – Andreas (Pantelis Kodogiannis) foi obrigado a deixar a Grécia ainda criança. Hoje advogado, ele retorna a Atenas a convite do diretor do Museu da Acrópole, a fim de impetrar uma ação contra o British Museum pleiteando a devolução dos chamados “Mármores de Elgin” – um conjunto de esculturas que decoravam a fachada do Parthenon. Na medida em que recolhe evidências para provar que os documentos da venda dos mármores para o Parlamento Britânico em 1816 foram forjados, Andrea e sua colega Eleni (Kassandra Voyagis) se veem em meio a um turbilhão político, econômico e social na Atenas de 2011. Mesmo assim, os advogados vão a Londres e enfrentam uma longa e dura batalha judicial que os leva a apelar para Corte Internacional de Justiça. O título “Promakhos” é uma referência à estátua da deusa Athena Promakhos que ficava na frete do templo como guardiã do Parthenon. Ele representa também a coragem dos advogados em lutar pelo que amam. O filme estreiou no museu da Acrópole e foi apoiado por várias entidades e personalidades como a Associação para a Reunificação das Esculturas do Parthenon e o premiado ator inglês Stephen Fry. A Grécia luta até hoje pela devolução dos Mármores de Elgin. Quando visitamos a Acropole ficamos imaginando o quão linda seria sua fachada se eles estivessem lá. Nós já os tínhamos visto em Londres, e são realmente lindos, mas certamente ficariam bem melhor em seu local de origem. (Netflix)

IMG_7232As Duas Faces de Janeiro (2014) – Em 1962, o golpista Chester MacFarland (Viggo Mortensen) e sua esposa Colette (Kirsten Dunst) fazem um tour pela Grécia e visitam a Acrópole . Lá eles conhecem Rydal Keener (Oscar Isaac), outro golpista que trabalha como guia turístico. Eles descobrem que Rydal é americano e o convidam para jantar. Quando Colette esquece uma pulseira no táxi e Rydal retorna para devolvê-la ele acaba envolvido em um crime e ajuda os MacFarland a fugir para Heraklion, em Creta. Assim como no mito grego de Knossos (cujas ruínas eles visitam) os personagens vão se embrenhando cada vez num labirinto de mentiras e golpes. (Amazon Prime)

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Um Verão na Grécia (2016) – É 1970 e Antonio Soris, um jovem de vinte anos, inspirado pelo mito da caverna de Platão e sua admiração por Che Guevara, resolve deixar Roma e ir para Atenas atrás do entendimento da essência humana. Maria é uma bela e divertida garota grega que servirá de guia a Antonio em suas descobertas pela antiga e mística cidade. O filme tem um pouco de tudo: humor, romance, política, mitologia, muita filosofia e lugares lindos! Pra ver as ruas e tabernas de Plaka,  Monastiraki, o Parthenon, a Ágora Romana, o Porto de Pireus, as ruínas de Delfos. (Amazon Prime)

IMG_1765Becket (2021) – Depois de visitar as ruínas de Delfos, Beckett (John David Washington) e sua namorada April (Alicia Vikander) estão viajando de carro pela região do monte Parnaso quando sofrem um acidente. Ao acordar por um momento Beckett vê um menino de cabelos ruivos, que jamais deveria ter visto! Perseguido pela polícia ele foge para Kalambaka e de lá para Atenas, onde vai desvendar uma trama que pode mudar o rumo de um país já em ebulição. (Netflix)

Em nosso próximo post falaremos sobre a Acrópole e suas maravilhas, acompanhe!

Veja também:

A Acrópole

Panatenaiko e o Templo de Zeus

E agora as Ágoras

Ilhas Argo-Sarônicas

Delfos – o centro do universo!

Mosteiros Suspensos de Meteora