Depois de visitar Buenos Aires 5 vezes, já estava mais que na hora de escrever um post sobre ela, não é mesmo?
Como a Argentina é nossa “vizinha de porta” e tem muitas opções de passeios fora da capital, a gente costuma menosprezar Buenos Aires como destino turístico, mas ela merece pelo menos 4 dias inteiros para se conhecer os locais mais legais. Mas se você puder ficar um pouquinho mais… Buenos Aires tem muita coisa boa para ver e fazer (e também para comer!).












Os voos saem de Guarulhos ou do Aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre, mas recentemente a Aerolíneas Argentinas começou a operar um voo direto de Curitiba. Buenos Aires tem 2 aeroportos e os daqui costumam ir para Ezeiza (a maioria), mas também há para o Aeroparque. Cheque ao comprar os bilhetes pois ficam cerca de 1 hora de ônibus (30 min de carro) um do outro.





A Chegada
Atenção com os Taxis: Ao chegar ao aeroporto cuide-se com os taxistas que abordam na saída. O ideal é ir ao guichê do aeroporto e pegar taxi de uma agência. É mais garantido, pois paga-se no balcão e não para o motorista. Se tiver que pagar ao motorista, cuide-se com o dinheiro, não se distraia e repita 1 ou 2 vezes o valor que está dando porque costumam dizer que você lhes deu uma nota menor. Por exemplo: “Então a corrida saiu 720 pesos e estou lhe dando 1.000 pesos – aqui estão mil pesos – o Sr. tem que me dar 280 pesos”. Preste atenção nas notas para que o taxista não diga que recebeu uma nota de 100 em vez de mil. Em nossa 1a viagem fizeram isso conosco e não pudemos discutir porque ele misturou o dinheiro em um bolo de notas. Sempre que pegar taxi, pergunte antes quanto sai a corrida. Eles apontam para o taxímetro e dizem que cobram o que marcar, mas é bom insistir e dizer que precisa saber + ou – para ver se vai poder pagar. Eles fazem cara feia, mas dizem (e depois não podem cobrar muito diferente).
Onde ficar?

Buenos Aires, embora barata para brasileiros hoje (em função da desvalorização do peso argentino), ainda é cara e a hospedagem “come” muito do orçamento. Mas é possível encontrar boas opções pelo Airbnb ou Booking. Há muitos hostels e hotéis grandes e tradicionais com ótimas ofertas (e que podem sair até mais baratos que um hostel). Preste muita atenção no mapa da cidade antes de marcar, pois ela é grande e ficar em bairros mais afastados das atrações pode fazê-lo perder tempo, principalmente se for sua 1a visita. Lembrando que como a cidade é beira-rio, quanto mais perto do porto, melhor localizado você está. O microcentro é o mais indicado, preferencialmente perto da Calle Florida ou da 9 de Julio.
Hotel Ibis Obelisco
O Ibis Obelisco fica super bem localizado, na Av. Corrientes, 1344, a poucos metros da Av. 9 de Julio, do Obelisco e do Teatro Colón. A rua é movimentada, cheia de teatros com espetáculos diversos. Exatamente ao lado do hotel está a famosa e tradicional Pizzeria Guerrin. O lugar é padrão Ibis, muito limpo e o atendimento amigável. Solicitamos a marcação de um show de tango no El Viejo Almacén para a recepcionista e deu tudo certo. O café da manhã é razoável e o restaurante quebra um galho se você chegar tarde e com fome. Um risoto ou um hambuguer, por exemplo, sai em torno de 49 reais, uma salada, 29. Ficamos lá duas vezes. Da última só 4 noites porque estávamos indo para a Quebrada de Humahuaca. Pagamos 867 pesos por noite.






Hotel Rochester Classic
O Rochester fica na rua Esmeralda, 542, pertinho da Calle Florida e da Estação de metrô Mitre-Retiro (que é a que dá acesso para ir para San Isidro e Tigre). É um hotel antigo, mas bom. O café da manhã é gostoso, com omeletes feitos na hora a gosto do hóspede. Na recepção os funcionários ajudam a marcar shows de tango e passeios. Ficamos no Rochester também duas vezes, por 5 e 6 noites respectivamente.



Buenos Aires Bus – Hop on & off
Se for sua primeira visita e não estiver acostumado a usar metrô, no primeiro dia sugiro pegar o ônibus Hop on & off em frente ao Teatro Colón, na Av. 9 de Julio (o ponto é sinalizado com uma placa amarela). Custa 350 pesos por pessoa e vale por 24 horas. Dá para se ter uma boa ideia da cidade e de onde ficam os pontos principais e suas distâncias, além de render algumas boas fotos. A dica é descer apenas no Caminito (parada 7), porque ele demora um pouco para passar de volta.


Microcentro, San Nicolás e Montserrat
O bairro chamado Microcentro fica entre 4 grandes avenidas (Mayo, Córdoba, 9 de Julio e Leandro N. Alem) e concentra vários pontos turísticos como a Calle Florida, Galerias Pacífico, Casa Rosada, Obelisco, Café Tortoni e Plaza de Mayo.
Calle Florida
É a Rua das Flores de Buenos Aires e até se parece com a nossa aqui em Curitiba. Uma rua de paralelepípedos só para pedestres, com lojas em ambos os lados. Tem também lanchonetes como o Burger King e Cafés e volta e meia casais apresentando tango de rua. Tem também muitas lojas de roupas, como a Zara, mas é um pouco cara para fazer compras. Passeie por ela, mas se quiser comprar deixe para fazer isso nos outlets (pontas de estoque de grifes) na Rua Gurrochaga, no bairro de Palermo. Importante: como tem muitos turistas, na Florida há batedores de carteira/celular. Fique atento e nunca troque dinheiro na rua, pois passam moeda falsa.

Galerías Pacífico
Na Calle Florida fica o O Shopping Galerías Pacífico. Ele fica em um prédio neoclássico que antigamente era um teatro e foi todo renovado. Por dentro a grande atração são os afrescos pintados no teto. É magnífico e lembra muito a Galeria Lafayette em Paris. Vale entrar para tirar fotos e tomar um café (as lojas são na grande maioria as de grife e muito caras). A praça de alimentação fica no subsolo e é pequena, mas tem boas opções de comida saudável além das lanchonetes tradicionais. Lá você também pode trocar dinheiro com segurança, pois tem um stand de casa de câmbio. (As taxas podem ser piores que na rua, mas não vale a pena arriscar, pois os mesmos cambistas dão a letra para os punguistas).







Plaza de Mayo & Casa Rosada
A Plaza de Mayo é a praça cívica da cidade (em frente à Casa Rosada) e onde ocorrem comemorações e manifestações. A mais conhecida é o encontro das Mães e Avós de Mayo – que reúne as mães e avós de pessoas desaparecidas durante a ditadura militar na Argentina. Elas pleiteiam saber o que aconteceu com seus filhos e netos (muitos bebês) e onde estão enterrados ou quem os criou (muitos militares acabaram ficando com os bebês que nasceram quando as mães estavam presas em centros de detenção e tortura). A ditadura na Argentina durou de 76 a 83. Quando fomos, presenciamos uma manifestação.

Dica: Veja o filme Imagining Argentina, com Antônio Banderas e Emma Thompson. É um dos melhores do gênero. Outro que ajuda a entender esse movimento é o La História Oficial. Falamos sobre eles no post Argentina no Cinema, confira!






A Casa Rosada é o Palácio do Governo da Argentina e se pode visitar por dentro quando o presidente não está dando expediente. Não o fizemos. Parece-se com o La Moneda de Santiago. Vale umas fotos em frente, mas não é nada de mais. Do outro lado da Plaza de Mayo – de frente para a Casa Rosada, está um dos edifícios mais antigos da cidade, o Cabildo (que era a prisão da Buenos Aires colonial). E do outro lado o lindo edifício do Banco da Argentina, com suas colunas greco-romanas.




Catedral de Buenos Aires
A Catedral fica na Calle San Martin, esquina com a Rivadavia, em frente à Plaza de Mayo e tem uma arquitetura muito diferente das igrejas católicas tradicionais, pois não é em estilo gótico com uma alta torre e sim greco-romano, com uma fachada em colunas, lembrando o Panteão de Marco Agripa em Roma. Foi ali que o Papa Francisco rezou missas por muitos anos.

Café Valerio
Na Calle Esmeralda, 1007, esquina com a Lavalle, bem no centro de San Nicolás, fica o Café Valerio. É um café e pizzaria grande e tradicional, bastante turístico por conta da localização (pertinho da Florida). Fomos algumas vezes e gostamos bastante. Os pratos são generosos e o ambiente é gostoso para almoçar ou lanchar.





Manzana de las Luces
Muita história pra contar! Essa quadra de edifícios históricos data do nascimento da cidade e se chama Manzana de las Luces, porque é a quadra (manzana) onde as melhores mentes da província se reuniam (já foi congresso, prefeitura e foi a universidade de Buenos Aires até estourar a ditadura em 66). O passeio guiado começa às 15:00, custa 50 pesos e dura cerca de uma hora. Dá-se a volta na quadra e a guia explica a importância do local e os fatos históricos acontecidos lá. A Manzana fica entre as ruas Bolívar, Alsina, Avenida Julio A. Roca e Perú, que é a continuação da Calle Florida.



O término é na Igreja de Santo Inácio, construída em 1686, a mais antiga da cidade. Percorrer a Manzana de las Luces é como voltar no tempo e conhecer um pouco da construção de Buenos Aires. Um passeio muito interessante para quem já visitou várias vezes e já percorreu os locais mais turísticos.



Café Tortoni
O Café Tortoni é tradicionalíssimo, de 1858, e todo turista tem que ir pelo menos uma vez, nem que seja somente para um café. O ambiente é uma viagem no tempo – parece muito os cafés parisienses e ainda guarda os espelhos, lustres e cristais franceses da época de sua inauguração. Nós almoçamos lá em nossa 1a visita e na 2a fomos só para um café. À noite ele enche para o show de Tango (que também fomos) – o Teatro anexo é bem pequeno, por isso é bom chegar cedo. Outro ponto importante é que embora o Café aceite cartão para pagar a comida/bebidas, o espetáculo só pode ser pago em dinheiro. É um show simples com dois casais normalmente, mas bem agradável. Ele fica na Avenida de Mayo, 825 (próximo à Plaza de Mayo e Casa Rosada).






Los Leños Tango Grill
Em BA são comuns as churrascarias (parrillas) que apresentam shows de tango juntamente com o jantar. Um desses é o Los Leños, perto do Hotel Rochester, na Calle Suipacha, no Microcentro. O show consiste de dois casais que se revezam, dançando pelos corredores. A comida é boa, embora pouco temperada, a carne era macia e o lugar não é caro. Fomos duas vezes. Uma boa pedida para quem não tem planos de ir a uma tanguería. Em BA, quem não gosta de Tango, bom sujeito não é!








Obelisco e Avenida 9 de Julio
Na Avenida 9 de Julio, bem no cruzamento com a Av. Corrientes, fica a Praça da República e no meio dela o famoso Obelisco, um monumento histórico erguido para comemorar os 400 anos de fundação da cidade. É lá também que os torcedores se reúnem para comemorar as vitórias na Copa do Mundo. Vale uma passada para fotos. A 9 de Julio também tem vários edifícios bonitos para se admirar e fotografar.


Avenida Corrientes
A Avenida é larga e movimentada e é conhecida como a rua dos Teatros. Nela há um banco com as estátuas de Alberto Olmedo e Javier Portales, obra do artista Fernando Pugliese. Os humoristas faziam os personagens “Borges e Alvarez”, no programa “No toca botón”, uma espécie de “A Praça é Nossa”, famoso na Argentina na décadas de 80 e 90. A diversão é sentar-se ao lado deles para fotos. Na Corrientes também tem muitos bons cafés, como o da rede Bonafide.


Tribunales
O lindo edifício dos Tribunais de Justiça da Argentina já foi cenário de muitos filmes famosos como “Argentina, 85” e “O Segredo dos seus Olhos” (confira no post Argentina no Cinema) e pode-se visitar o frontispício e o hall de entrada. Ele fica na calle Talcahuano 490, entre a Lavalle e a Tucumán.

Teatro Nacional Cervantes
De 1921, o Teatro Nacional Cervantes é um dos mais famosos e prestigiados da América Latina. Em 61 ele sofreu um incêndio mas foi reaberto em 68 e desde então monta e recebe vários espetáculos. O edifício foi declarado Monumento Histórico Nacional. Uma figurinha carimbada no Cervantes é o ator Ricardo Darín que costuma dizer que “El teatro es un lugar de resistencia del actor”. O Cervantes fica na Avenida Libertad, 827.

Pizzaria Guerrín
A Guerrín é muito tradicional. É de 1932 e conhecida como uma marca registrada da cidade, assim como os teatros em frente a ela, o ator Ricardo Darín, e a cerveja Quilmes. Como nos hospedamos no Ibis Obelisco na Av. Corrientes, resolvemos experimentar, pois ela fica ao lado do hotel. Só pelo burburinho logo em frente já imaginávamos que o local era concorrido. E com toda razão. As pizzas são simplesmente maravilhosas! Com muuuita cobertura de mozarela e demais ingredientes sobre uma massa grossa, tipo de pão. E são enormes. Experimentamos a Supreme, com palmito e champignon, a Calabresa e a Margherita. Todas sensacionais! Para completar um ambiente de cantina com boteco, muito simples e descontraído. Valeu muito! Ela fica na Av. Corrientes, 368.







Teatro Colón
Um dos mais lindos da América Latina, o Teatro Colón foi todo restaurado e reabriu há alguns anos. No mesmo estilo da Ópera Garnier de Paris, ele é ricamente decorado e vale muito a pena fazer a visita guiada. Compra-se o ticket para a visita na hora mesmo, na bilheteria (cuja entrada não é pela Av. 9 de Julio e sim ao lado, a Calle Cerrito, 628) – sai 300 pesos por pessoa e dura cerca de uma hora. Fui com uma colega do banco num fim de semana enquanto estava trabalhado em BA e foi realmente muito legal. Há várias obras de arte expostas, assim como figurinos de época. O mais incrível é que era tudo feito lá mesmo. O subsolo do Teatro abriga as oficinas de cenários e figurinos.








Capriatti Café
Pra fugir do café da manhã caro do Ibis Obelisco, logo na esquina está o Café Capriatti, que tem várias opções. Costumávamos tomar café da manhã lá em nossa viagem de 2016 e o fizemos novamente agora. Café com leite, tostadas ou media lunas, manteiga, geleia e suco de laranja, além de poder dar uma olhadinha no jornal ou discutir as notícias da TV com os garçons. Econômico e agradável.


A arquitetura neoclássica dos edifícios seculares da região são um espetáculo à parte. A dica é: olhe para cima!





Café de la Ciudad
O Café de la Ciudad é uma opção legal para um almoço um pouco mais barato ou bom lanche próximo a Av. 9 de julho. Comemos lá algumas vezes, omelete, café com tostadas, suco de laranja e panqueca de doce de leite. Há saladas e pratos mais elaborados também como massas, frango e peixe (o preço dos pratos individuais é em torno de 150 pesos). O atendimento é rápido e bom, embora bem
impessoal.




Caminito e La Boca
La Boca era onde se instalavam os imigrantes que vinham da Europa em busca de trabalho na Argentina. Hoje, seu miolo, o chamado Caminito é uma das mais famosas atrações da cidade. Possui só duas quadras turísticas e ficou conhecido por ser o berço do tango. Os estivadores e trabalhadores do porto construíram suas casas coletivas, com restos de containers e tintas que conseguiam no Porto, os chamado “conventillos”, por isso elas são de placas de zinco e pintadas de várias cores. Hoje são preservadas e repintadas da mesma maneira, pois viraram patrimônio cultural da Argentina.












Conhecido como o berço do tango, além de várias lojinhas de souvenir e estátuas de Carlos Gardel, há também casais dançando tango com roupas típicas. Paga-se para tirar fotos com eles, mas é uma divertida lembrança. Em BA, quem não gosta de tango, bom sujeito não é! Então a sugestão é ir entrando no clima conhecendo o Tango Eletrônico da banda Gotan Project!





Dica: para ir até lá pegue um taxi. Paga-se mais, mas é garantido. Não se afaste do miolo (as 2 quadras turísticas), pois o bairro é pobre, os turistas são visados e os roubos são frequentes. Muito mochileiro resolve “explorar” o lugar e se dá mal.
La Bombonera
O bairro de La Boca começou a se popularizar em 1870. Lá está o famoso estádio do Boca Juniors, o La Bombonera. Fica na parada 6 do ônibus Hop on & off. O acesso é um pouco complicado, não tem metrô perto e outras opções seriam táxi ou ônibus de linha. Se optar por ônibus, pegue o 33 (que para no ponto da avenida atrás da Casa Rosada). A visita é uma boa pedida para quem é fã de futebol.





Recoleta
Um dos melhores bairros da cidade, é onde a antiga aristocracia vivia. É muito gostoso para percorrer a pé, pois tem uma arquitetura bem parisiense. Na Avenida Alvear, considerada a mais elegante da cidade, há várias construções neoclássicas e edifícios que hoje são sedes de embaixadas. A da França (Palacio Ortiz Basualdo) e a do Brasil (Palacio Pereda) são as mais lindas. Grandes marcas de lojas e ateliês de alta costura também se instalaram no bairro, ocupando os palacetes, como fazem na Europa.






Pode parecer kitsch, mas o Cemitério da Recoleta é uma das grandes atrações de Buenos Aires e está presente em todos os guias turísticos da cidade, assim com o Père Lachaise em Paris. Ao lado, está a igreja de Nossa Senhora do Pilar (de 1903), que é muito bonita por dentro. Assistimos a uma missa lá. Em frente, aos Sábados, há uma feira do tipo hippie com muitas barracas de artesanato de boa qualidade (roupas, couro e joias em prata).








O Cemitério em si é enorme, tem ruas e até avenida principal e os túmulos são imponentes. Pode-se encontrar estudantes de Arte sentados com suas pranchetas, copiando os desenhos das lápides. Muitas esculturas foram feitas por artistas estrangeiros (italianos principalmente), pois era comum as famílias ricas encomendarem as obras da Europa para adornar os túmulos. Alguns são tombados pelo patrimônio histórico nacional. O Cemitério foi inclusive cenário de uma minissérie de TV Argentina de muito sucesso, chamada Epitáfios. É uma das maiores e mais bonitas necrópoles do mundo. O túmulo mais visitado por locais e turistas é o de Eva Perón, mulher do Presidente mais querido do país. Quando fomos era o aniversário de sua morte e havia muitas comemorações e homenagens acontecendo.






É na Recoleta também que fica a Floralis Generica, na plaza Naciones Unidas. É uma escultura metálica de 20 metros de uma flor, que abre e fecha conforme a luz solar.
Livraria Ateneo Grand Splendid
Ainda na Recoleta, na Avenida Santa Fe, 1860 , fica a Ateneo Splendid. No ranking das 10 mais bonitas do mundo, ela é famosíssima por ser um teatro transformado em livraria. Ganhou o nome de Teatro Grand Splendid e suas portas foram abertas ao público em 1919. O templo dos livros mantém características do antigo teatro, com camarotes iluminados e um palco com uma cortina vermelha. A livraria é realmente linda para se admirar e pouca gente a visita porque está fora do circuito turístico de BA, mas vale muito a pena percorrer os 3 andares, além de tomar um café no palco, transformado em Cafeteria. Os títulos à venda são em espanhol, assim a não ser que leia na língua, não vai comprar muita coisa, mas há vários DVDs na parte inferior da livraria, alguns com legenda. E o Cinema Argentino é sensacional. (Na Calle Florida também há uma pequena filial da Ateneo, mas o grande barato é conhecer a original). Imperdível!






“Livrarias são lugares mágicos. Em cada prateleira há vários volumes, cheios de ideias, sonhos e inspirações de pessoas de todo o mundo, só esperando para serem encontrados e poderem compartilhar os universos que guardam dentro de si.” (Isabela Moreira)
Centro Cultural Recoleta
Na Av. Pueyrredón, 2501 fica o Centro Cultural Recoleta, que é a “casa” do grupo argentino, reconhecido mundialmente, Fuerza Bruta. Eles fazem um espetáculo vibrante e cheio de energia. O show envolve música, dança e circo e desafia os padrões. Uma mistura de Ballet Deborah Colker com Balada Trance – uma loucura! Dura uma hora e a gente assiste tudo em pé, pois o show é aéreo – mas não chega a cansar. Vale olhar o calendário e agendar porque lota. Acabamos vendo o espetáculo Wayra em SP porque não marcamos com antecedência para ver em BA.








San Telmo
San Telmo é o bairro mais antigo de Buenos Aires, muito tradicional e conhecido por sua feira aos domingos. Fomos a pé, saindo da Plaza de Mayo são 10 quadras até a Praça Dorrego, Rua Defensa e Humberto I. Parece bastante a Feira de Tristán Narvaja, de Montevidéu. São quase 300 barracas que vendem de tudo – souvenires, roupas e antiguidades, principalmente discos (o que o Ede adorou).
Quando fomos também havia um grupo de músicos de jazz tocando em uma esquina – eram muito bons. Como a feira enche, cuide-se com batedores de carteira. Nas redondezas pode-se também comer um choripan (pão com linguiça e molho chimichuri – bem gostoso!) Dica: o chorizo é a nossa linguiça. O chouriço mesmo é “morcilla”.

O bairro também tem muita arte de rua espalhada pelos paredões e muros. Um bonito exemplo é a homenagem a Cecilia Grierson (1859-1934), que foi a primeira mulher a receber um diploma de medicina na Argentina e foi fundadora da Escola de Enfermagem. Em San Telmo também há uma praça com seu nome.





Zanjón de Granados
Também em San Telmo, na Defensa, 755, está o Zanjón de Granados, um casarão de 1830 que está justamente no local da fundação da cidade de Buenos Aires. Ali as famílias ricas construíam casarões como esse, de 4 pisos (o Zanjón tem 20 cômodos) para, do alto de seus terraços, poderem avistar o Mar del Plata e ver quando seus barcos aportavam ou partiam com mercadorias – ou seja, ficar de olho nos negócios. Os primeiros donos do casarão eram espanhóis muito ricos que possuíam vários escravos e tinham uma cisterna de 18 mil litros – um luxo para a época, tanto é que vendiam água potável para os vizinhos. A visita ao Zanjón é paga (115 pesos por pessoa), mas é um ótimo passeio se tiver tempo (e se por acaso o clima não estiver tão bom para bater perna ao ar livre). Tem visitas diárias, menos aos sábados.




Mafalda
Perto dali, na esquina da rua Chile com a Defensa está o famoso monumento à Mafalda, personagem dos quadrinhos do cartunista argentino Quino (que viveu em San Telmo). Mafalda ficou famosa porque era contestadora e fazia duras críticas sociais durante os anos 60. Com muito bom humor e inocência, odiando sopa e amando os Beatles, fez muita gente pensar. É comum ter bastante gente em volta da estátua e você precisar esperar a sua vez para tirar uma foto. Mas é icônico! Mafalda tem mais de 50 anos e ainda é muito atual. Vale comprar uns quadrinhos também!




Paseo de la Historieta
E prepare-se para caminhar um pouco enquanto procura as estátuas dos personagens de famosas histórias em quadrinhos argentinas! Justamente com a Mafalda, na esquina da Chile com a Defensa, começa o Paseo de la Historieta. Uma coisa boa do trajeto foi poder explorar ruas de San Telmo que de outra forma não estariam em nosso roteiro. Algumas das estátuas não estão, infelizmente, muito bem conservadas, mas a brincadeira de “caça ao tesouro” foi divertida e tiramos várias fotos com Isidoro Cañones (El Playboy), Larguirucho, Don Fulgêncio, Clemente (o fanático por futebol), Las Chicas Divito, Patoruzú (E Cacique Tehuelche), Patoruzito e Isidorito y el Gaturro. Como a passagem estava interrompida por obras em Porto Madero, não seguimos adiante, mas gostamos bastante do passeio.







El Viejo Almacén
Assistir a um bom show de tango faz parte da experiência portenha e, de fato, a dança e a música constituem a cultura local. Esse é, exatamente, o destaque dessa tanguería, mostrar a cultura local e verdadeira. Fomos duas vezes ao Viejo Almacén, em San Telmo, e valeu muito a pena. O valor só para o espetáculo é de 70 dólares por pessoa, com transfer de e para os hotéis. O show é muito bom e como o teatro é pequeno a visão é ótima. Um plus foi um grupo típico da Quebrada Huamaqueña tocando erke, charango e bombo. Fantástico! Não há nenhuma super produção, apenas a certeza de estar em uma casa de tango que já faz parte da história de Buenos Aires. Se você espera algo tipo Broadway, vá ao turístico (e caro) Señor Tango. Agora, se quiser sentar-se próximo aos artistas, sentir a energia do tango de raiz, esse é o lugar. Ele fica na calle Balcarce, 799.




Puerto Madero
O bairro de Puerto Madero às margens do Mar del Plata é um dos mais cool da cidade. O antigo porto ficou por anos abandonado e sofreu uma super revitalização no ano 2000, sendo hoje o bairro mais caro de Buenos Aires para se viver. Os antigos armazéns e depósitos dos dois lados da margem viraram restaurantes descolados (e sofisticados), galerias de arte, como a FAENA, e espaços de eventos. É uma delícia andar pelos calçadões em um dia de sol e almoçar por lá. A famosa Puente de la Mujer liga as duas margens e é uma das principais atrações turísticas da cidade. Todo mundo faz fotos dela e nela!







Hotel Hilton
Fiquei duas semanas em BA a trabalho e me hospedei no Hilton. É claro que se fosse por minha conta não teria grana para ficar lá, mas se você quiser ir só para tomar um café da manhã delicioso e conferir a arquitetura super moderna e inusitada, recomendo! Ele fica no coração de Puerto Madero. Sugiro entrar nem que seja para conhecer o hall, que é esplêndido, e tirar algumas fotos. (Ele foi cenário do filme Nueve Reinas, com Ricardo Darín – que, aliás, é ótimo. Confira no post Argentina no Cinema)

Restaurante El Faro
O El Faro fica no Hilton. O menú tem poucas opções mas são todas muito bem preparadas. Como fiquei no hotel, comi várias vezes lá. Experimentei o lomo com queijo grelhado, o peito de frango com fritas, o salmão, a sopa de cenoura com gengibre (servida no búle) e as sobremesas. Muita gente não se hospeda, mas vai tomar um brunch com tudo o que tem direito (como não é muito barato, vá com fome para aproveitar bem!). Vale a pena!



FAENA e El Mercado
A FAENA é uma galeria de artes que traz exposições e eventos culturais de artistas argentinos e também internacionais. Quando fui vi uma instalação muito interessante do artista Richard Long que viajou pela província de Mendoza e também pela Patagônia e se inspirou em seu solo e geografia. Lá dentro do complexo também fica o El Mercado, um restaurante um pouco mais sofisticado. Ele fica na calle Marta Salotti, 445. A comida é bem gostosa, mas bem carinha.



Restaurante Bice
Da primeira vez que fomos queríamos ir a famosa churrascaria Siga la Vaca, mas chegando lá a fila estava enorme e a espera de duas horas. É claro que demos no pé. Caminhando um pouco pela doca 1 encontramos o Bice, na calle Alicia Moreau de Justo, um italiano de rede, mas muito bom. Gostamos bastante e voltamos lá em nossa terceira viagem, desta vez para o almoço.



Il Gatto
Outro lugar gostoso, e um pouco mais barato, é o Il Gatto, também na Alicia Moreau de Justo. O lugar é agradável e além de pratos de massas também tem pizzas e boas sobremesas, como salada de frutas e sorvete de doce de leite.




Bahia Madero
Mais barato que o badalado Cabaña Las Lilas e também muito bom é o Bahía Madero. O bife de chorizo é super caprichado e o lugar agradável. Vale a pena!



Se estiver visitando à tarde e quiser somente um sorvete ou um café também há várias opções, inclusive redes, como o Café Havana e a Sorveteria Freddo.





Puerto Madero é também bastante seguro para se caminhar a noite. Embora a iluminação não seja 100%, dá para andar numa boa pelos calçadões e ir a pé de um lado a outro.




Palermo
Palermo é um bairro grande e é dividido em partes, uma delas é chamada Palermo Soho, e é onde se concentram os bares e restaurantes da moda de Buenos Aires. É a cena hipster da cidade. A outra parte é conhecida como Palermo Hollywood, onde está o famoso bar Perón Perón. A Avenida Juan B. Justo corta esses dois bairros. Então do lado esquerdo fica Hollywood e do direito Soho. Há ainda Palermo Viejo, que é a parte mais tradicional e antiga e onde fica a conhecida rua dos outlets. Há ainda outra chamada Palermo Chico, que é onde fica o Malba, o Museu de Arte Moderna.







Rua Gurrochaga
A esquina da calle Aguirre com a Gurrochaga em Palermo Viejo é onde você deve começar suas andanças para fazer compras. Para chegar lá pode ir de metrô (que chamam de “Subte”) descendo na estação Malabia. Também pode pegar um taxi e dizer que quer ir aos Outlets da Gurrochaga. Aprendi a ir lá com os colegas do banco. Tem muitos outlets bons com preços e promoções que não tem nos shoppings. Vá com tempo! Vale a pena! Se ficar com fome ali pertinho tem a lanchonete Whoopies com mesas ao ar livre em frente. Provamos o sanduíche de pernil com batatas rústicas e uma limonada com menta e gengibre, bem refrescante. Ela é de rede. Se achar alguma pela cidade, pode ir que é boa!



El Perón Perón
Juan Domingo Perón (1895-1974) foi três vezes presidente da Argentina e ficou conhecido, assim como Getúlio no Brasil, por conceder vários benefícios aos trabalhadores. Sua segunda mulher, Eva Perón (Evita) tornou-se um mito, amada por milhares de pessoas.
“Los muchachos peronistas todos unidos triunfaremos… ¡Viva Perón! ¡Viva Perón!”





Foi ao som do hino peronista, que ecoa pelo bar a cada uma hora, que jantamos. Chegamos cedo (às 20:00) e foi possível escolher uma boa mesa nos ambientar para esperar por nossos amigos… depois das 21:00, entretanto, o lugar lotou e a festa começou. Achamos muito divertido e gostamos das homenagens. Muitos quadros nas paredes e em meio às mesas um lindo altar para Evita completa o cenário. A comida também estava muito boa (comemos a Bondiola Braden, além de um prato de polenta cremosa com cogumelos grelhados). As bebidas tem nomes muito criativos, como Descamisado, Capitana e Néstor Vive. O El Perón Perón fica na Calle Angel Justiniano Carranza 2225, em Palermo Hollywood. Adoramos!
El Preferido de Palermo
O Bodegón El Preferido é um dos Bares Notables de Buenos Aires (locais que foram palco de eventos históricos, culturais e literários importantes, tombados pelo patrimônio). De portas abertas desde 1952, fica em um clássico casarão de esquina e remete aos antigos armazéns de secos e molhados, com prateleiras de madeira cheias de latas e vidros de conservas e grandes peças de presunto defumado penduradas em vigas, em meio a candelabros. A modernidade entra por meio de uma grande TV de tela plana encaixada na armação de madeira verde-clara. Chegamos cedo e ficamos numa das mesinhas altas, ao lado da janela, para dali apreciar o movimento da rua Jorge Luís Borges.
“Sou o que sabe não ser menos vão
Que o vão observador que frente ao mudo
Vidro do espelho segue o mais agudo
Reflexo ou o corpo do irmão.” (Jorge Luís Borges)

Pedimos as tradicionais cervejas Quilmes e uma picada de jamón y queso, que veio muito bem servida. Papo com garçom sobre as notícias do Jornal das Oito e nem vimos o tempo passar! Tanto que nem nos lembramos de nos mudar para o salão ao lado, onde fica o restaurante, como era nosso plano inicial. Conclusão: se o bar fosse aqui em Curitiba não sairíamos de lá!






MALBA
O Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires fica na Avenida Figueroa Alcorta 3415, em Palermo Chico, e é um museu privado, criado em 2001. É muito moderno e abriga uma coleção permanente de obras de artistas como a brasileira Tarsila do Amaral, Diego Rivera, Frida Kahlo, Candido Portinari e Joaquín Torres García. O famoso quadro Apaporu, da Tarsila, fica lá, mas às vezes ele é emprestado. Vale a pena checar no site deles o que está o e o que não está antes de ir.


Belgrano
Belgrano é um bairro nobre e caro. Lá ficam grandes mansões, há muitos bons restaurantes, pubs e casas noturnas. Demos uma passada somente à noite para jantar.
Parrilla El Pobre Luis
Parrilla significa churrasco, churrasqueira e também churrascaria – assim quando o restaurante disser Parrilla a especialidade é carne – mas a maioria é a la carte – espeto corrido é coisa do Brasil.
Fomos ao El Pobre Luis (que de pobre não tem nada!) com amigos e embora tenhamos gasto mais de 100 pesos no taxi saindo da Av. 9 de Julio, valeu a pena o trajeto! Carnes espetaculares, com destaque para o lomo recheado e o matambre. A cebola recheada com queijo e assada também é uma delicia, assim como a provoleta completa, um queijo assado com presunto e tomates por cima. De tirar o chapéu! De quebra o lugar é muito agradável e aconchegante, decorado com camisetas de futebol de vários times. Adoramos e recomendamos muito.

Depois de cinco visitas já nos sentimos um pouco porteños… seu Edevaldo Miguel até o jornal já lê!

E para deixar minha marquinha em Buenos Aires, assim como ela fez comigo, fui ao Parque Costanera participar de uma ação de voluntariado muito legal. Um dia ainda volto lá visitar a minha árvore!



Veja também os posts sobre nossa aventura pelo norte da Argentina e pelo delta do rio Paraná: