Aí, um belo dia, a gente resolveu que ia para a Romênia, um país que está fora do circuito dos brasileiros e que ainda mantém uma aura de desconhecido, com suas lendas de vampiros e assombrações. Esse imaginário foi o que nos atraiu, mas confesso que o fato de ser barato (não tendo adotado o euro como moeda) também contribuiu bastante! O LEU romeno estava cerca de 0,96 centavos de real! (Bem bom, não é?)
Bucareste, a capital, pode não ter uma boa reputação… na verdade, nem tem reputação alguma, pois pouco se fala sobre ela, exceto quando “assustam” os turistas com filmes e histórias sobre criminalidade e máfia. Mas, como qualquer outra capital no mundo, é preciso ver além das grandes fachadas dos edifícios e das opiniões dos outros na internet e experimentá-la por nós mesmos, sentir sua atmosfera e sua cultura. E era isso o que queríamos.
“A vida enriquece quem se arrisca a abrir novas portas; privilegia quem descobre seus segredos”
A cidade de Bucur
Diz a lenda que a cidade tem esse nome por causa de um pastor chamado Bucur, que se estabeleceu na área e se apaixonou por uma moça chamada Dambovita (que hoje é o nome do principal rio que corta a cidade). Bucur também é a raiz da palavra romena “bucurie”, que significa alegria. Assim, București (o nome em romeno) pode ser traduzido como “cidade da alegria” e realmente nos divertimos por lá, mas também passamos alguns apuros!
A Chegada
Fomos para Bucareste com a FlixBus, a partir de Sófia, na Bulgária, onde havíamos passado alguns dias. O ônibus saiu as 23:30 e chegou as 05:30 da manhã do dia seguinte. Uma viagem longa, mas o ônibus era confortável e o trajeto foi bem tranquilo. A passagem foi 85 lei por pessoa (pouco menos de 85 reais).
Entretanto, quando chegamos na Militari Bus Station (a principal da cidade) não havia nada aberto na estação para podermos trocar dinheiro, ou mesmo para tomar um café. Andamos um pouco de um lado para o outro procurando a estação do metrô para ir à Piața Unirii no centro da cidade, afinal, pelo mapa, ela era praticamente ao lado da estação de ônibus. Só que não! Nem sinal do metrô, resolvemos sair e ir caminhando pelas redondezas… a pouco mais de meia quadra dali avistamos um mochileiro australiano e o reconhecemos como um de nossos companheiros de viagem da FlixBus. Ele caminhava como quem sabia onde estava indo, então, mais que depressa fomos atrás! E foi uma boa ideia, pois ele nos levou direitinho para o metrô!
A estação Pacii (a penúltima da Linha 3) não é grande e não tem muita infraestrutura, por isso outro desafio foi comprar os bilhetes. Não havia nenhum guichê com atendentes (e mesmo que houvesse, duvido que haveria algum que falasse inglês)! No entanto havia máquinas de atendimento automático (em romeno!) e, novamente, espionando nosso colega australiano, vimos que ele comprou sua passagem ali e tentamos fazer o mesmo, rezando para que a máquina lesse nosso cartão! E não é que deu certo?! Ufa! Os dois bilhetes saíram por 5 lei.
O Metrô
O sistema de metrôs de Bucareste é bom (as estações são um pouco decadentes e há trens bem velhos, mas também há alguns novos) e, dado que a cidade é bem grande, vale a pena usá-lo. São 4 linhas e 45 estações ao todo.
Curiosidade: o metro de Bucareste é uma das poucas boas heranças do regime do ditador Nicolae Ceauşescu. Ele foi desenhado para transportar a massa de trabalhadores dos distritos residenciais construídos durante os anos 60 e 70 (Titan e Militari) para as fábricas onde trabalhavam, da forma mais rápida e eficiente possível.
Piața Unirii
Chegando às 06:00 da manhã na estação Piața Unirii (a Praça da União, que é uma das maiores do centro de Bucareste) fomos logo procurar nossa acomodação. A praça é enorme e ainda há um parque em volta (Parcul Unirii) e a gente acabou saindo do metrô do lado oposto ao que deveríamos. Então, para variar, a gente se perdeu! Agora achamos até engraçado, mas na hora ficamos com raiva porque nem o google.maps nos ajudou e lá se foram quase 45 minutos de andanças!
Centrul Vechi
No final até que foi legal nos perdermos, pois fomos direto para o miolo do Centrul Vechi e já pudemos ter uma ideia de como era essa parte mais antiga e histórica da cidade. Lojas vendem vinhos locais e bijuterias, enquanto restaurantes elegantes em construções do século 19 servem pratos da culinária tradicional. Bares e casas noturnas animadas atraem multidões ao anoitecer e o povo bebe e faz festa até de manhã. Passando por ali às 7:00 da manhã vimos muitos turistas – não os que gostam de acordar cedo, mas os que ainda nem tinham ido dormir! A princípio ficamos um pouco desolados ao descobrir que nosso hostel não ficava exatamente no miolo do Centrul Vechi, mas depois agradecemos aos céus, pois certamente não iríamos conseguir pregar o olho.
Dica: Se você não costuma trocar a noite pelo dia, hospede-se próximo ao Centrul Vechi, mas não no meio!
Piața Roma
Finalmente no rumo certo para o nosso hostel, passamos pela Piața Roma com sua famosa Lupa Capitolina – a estátua de uma loba amamentando Rômulo e Remo (os fundadores de Roma, segundo a mitologia). Ela foi um presente da Itália para Bucareste em 1906. Mas de onde vem essa ligação da Romênia com Roma?
Bom, o próprio nome do país já prova que ela é muito antiga, uma vez que o território da Romênia de hoje foi parte da rota de comércio da Itália ao longo do rio Danúbio, principalmente de Venezianos e Genoveses, desde o século XIII. Eles fundaram vários portos e durante os séculos 19 e 20 muitos italianos do império austro-húngaro também se estabeleceram na Transilvânia.
Essa influência secular está muito presente na língua romena, que embora falada seja ininteligível para nós, traz muitas palavras do latim, o que nos ajuda a compreender os substantivos para coisas básicas como dias da semana, meses e endereços, por exemplo. Piața é praça, Strada é rua, Centrul Vechi é Centro Velho, Poarta é portão, Parcul é parque, Muzeul é museu, Castelul é castelo, Banca é banco, e assim por diante. Mais de 60% do léxico é similar, assim, se você arranha um pouco de italiano vai se dar bem! Ficamos até surpresos ao descobrir que conseguíamos ler frases inteiras, como: In Castelul Peleș grupurile de vizitatori se constituie din minim 20 de persoane. Taxa de intrare este individuală.
Já o inglês é falado somente por jovens em lugares turísticos e meio mal – o que não os impede de servir bem os clientes. Isso já era de se esperar, afinal a Romênia foi um país comunista até 1989 e o idioma não era ensinado nas escolas.
Dicas: Para dizer oi, diga Servus (sehr-vus), para brindar diga Noroc (no-rouk) e Multumesc ou Mersi (pronuncia-se como em francês) são as maneiras de dizer obrigado.
Central Guest House
Quando finalmente chegamos à Central Guest House, na Strada Bălcești, nº7, já estávamos bem cansados, mas pudemos entrar logo no quarto (a recepção é 24 horas). Fizemos nossa reserva pelo Booking.com para três noites e deu tudo certo. Pagamos 499,80 lei. Nosso quarto era grande, limpo e bem silencioso. Tinha ar condicionado, o que foi ótimo, pois aguentar o calor de 32 graus do mês de Agosto não é fácil!
O Rafael, nosso anfitrião, foi muito solícito e nos deu algumas informações básicas sobre Bucareste, um mapa e também nos explicou onde poderíamos pegar o ônibus de turismo. O Centrul Vechi fica a uns 15 minutos dali e, após um bom banho e um merecido descanso, voltamos para lá atrás de comida!
A Comida Romena
Os pratos mais tradicionais da culinária romena são à base de carne, por isso, se você é vegetariano poderá ficar com poucas opções. Os mais populares são: a Ciorbã de fasole cu carne afumatã (sopa de carne e feijão no pão), o Sarmale (nosso charuto de repolho com carne e arroz), a Tochitură (carne ensopada), a Mamaliguta ou Mamaliga (polenta) e o Mici ou Mititei (um espetinho c/molho e pão ou batata).
A sobremesa tradicional é o Papanaşi (um sonho enorme com creme e geleia de frutas vermelhas). Na Romênia a gente também encontra o Kürtőskalács (pronuncia-se kurtósh kalátch), um delicioso pão doce assado na brasa. Embora seja comum em todo o Leste Europeu, os romenos juram que ele é originário da Transilvânia!
Caru cu Bere
De volta ao Centrul Vechi e com o nosso mapinha na mão fomos logo procurar o Cara cu Bere, na Strada Stavropoleos 5, o restaurante mais tradicional de Bucareste. O lugar é bem concorrido, mas como chegamos cedo conseguimos uma boa mesa ao ar livre. Ele existe há mais de 140 anos (é de 1879) e é mesmo lindo! Por dentro é como estar em um histórico café parisiense com seus vitrais, escadaria, painéis e mobiliário de madeira escura. Entretanto, ficar lá fora apreciando o movimento da rua também é muito legal. Como estava muito calor optamos por pratos leves. Pedimos uma salada grega e uma primavera e um bacalhau empanado (cod la tigaie) com batata frita (que foi cobrada separadamente, pois não acompanhava o prato, como nos deu a entender o garçom), além de um peixe à milanesa com polenta (crap romanesc).
Veio bastante comida, mas os peixes não eram muito bem temperados e a polenta tampouco tinha muito sabor. O que valeu foram as saladas! Com uma cerveja Ciucaş (a marca local) e uma Pepsi, lá se foram 143,20 lei! Um pouco salgado… Enfim, não estava ruim e estávamos realmente com muita fome, mas, pela fama, esperávamos muito mais.
Biserică Stavropoleos
A poucos metros do Cara cu Bere encontramos o belíssimo Monastério Stavropoleos, um convento ortodoxo de 1724 que herdou seu nome da palavra grega “Stauropolis”, que significa “Cidade da Cruz”. O monastério foi construído em pedra num estilo chamado brâncovenesco, com altos arcos, durante o reinado de Nicolau Mavrocordat, príncipe da Valáquia (Romênia). Ele foi dedicado aos arcanjos Miguel e Gabriel, por isso pinturas dos santos adornam as paredes da capela principal. Infelizmente, ao longo do tempo sofreu vários danos devido a demolições e terremotos, mas no começo do século 20 foi reconstruído e seus afrescos e o domo foram restaurados.
Hoje, além do lindo exterior pode-se ver todo o interior em detalhes, como se os desastres nunca tivessem acontecido. O monastério Stavropoleos é também muito conhecido por seu coral, que faz apresentações de música bizantina. O estilo nasceu sob a influência grega durante o império bizantino e o monastério possui inclusive uma histórica coleção de livros desse tipo de música. Nos encantamos ao passar por ele e entramos para conhecer.
Depois da visita ao Stavropoleos, percorremos o Centrul Vechi sem compromisso por mais algumas horas. A Strada Lipscani é uma das mais bonitas e animadas.
Passamos também pela Strada Hanul cu Tei, uma ruela fechada com entrada pela Strada Lipscani que é na verdade uma passagem até a rua Blănari. Fica bem escondidinha, mas dentro tem restaurantes, lojas e galerias de arte. A passagem é muito tradicional e existe desde 1833. Vale uma olhada!
Shopping Unirea
Na volta para o Central Guest House, na Piața Unirii paramos no Shopping Unirea para trocar dinheiro na Diamant Exchange House, que tinha uma boa cotação (100 euros nos renderam 470 lei). O shopping não é tão grande quanto o que estamos acostumados e não tem muitas lojas ou praça de alimentação, mas há um MacDonalds e aproveitamos para fazer um lanchinho por um bom preço (23,40 lei).
Caminhando um pouco mais fizemos uma ótima descoberta – um Carrefour! Ele fica no Boulevard Corneliu Coposu nr. 2, praticamente nos fundos do Unirea. Paramos para comprar água e suprimentos para o café da manhã e lanches. Por 49,83 lei (menos de 50 reais) compramos água mineral, pão, queijo, presunto, chás, sucos, bolachas, chocolates, batata frita. Valeu a pena, pois economizamos bastante e conseguimos sair cedo no dia seguinte para passear.
Hop on and Off
No dia seguinte fomos procurar o ônibus turístico cuja primeira parada era justamente na Piața Unirii (já o tínhamos visto passar algumas vezes). O problema é que chegando em frente ao shopping Unirea não vimos nem sinal do ponto do ônibus. Perguntamos por ele mas quase ninguém parecia nos entender e os que entendiam a pergunta (em italiano) não sabiam onde ficava o tal ponto. Muita andança e muito tempo depois, finalmente achamos a tal parada (que nem era tão longe se não tivéssemos ido para o lado contrário – de novo!).
Enfim, já no ônibus percebemos que os áudios não funcionavam, o que já havíamos lido que era um problema recorrente. As vantagens são o preço – 25 lei por pessoa – e a possibilidade de se passar por todos os pontos turísticos (que são longe um do outro), além de poder subir e descer quantas vezes quiser. Entretanto não recomendamos fazê-lo muitas vezes, pois, embora digam que os ônibus passam de 20 em 20 minutos, esperamos mais de 50 na única parada em que descemos.
Biserică Creţulescu
O ônibus passa por vários dos lugares mais importantes e um deles é uma linda igreja histórica, a Biserică Creţulescu. Ela foi mandada construir entre 1700 e 1702 pelo nobre Creţulescu e sua esposa, Safta, que era filha do governador da Valáquia (Romênia), Constantin Brâncoveanu. A igreja chama bastante atenção pelo seu exterior e embora tenha sofrido danos durante a revolução de 1989, foi recentemente restaurada a sua antiga glória.
Arcul de Triumf
Outra das paradas do ônibus turístico é o Arcul de Triumf, que fica na parte norte de Bucareste, na rua Kiseleff, uma das áreas mais movimentadas, rodeado por uma imensa rotatória. A fachada é coberta de esculturas de artistas romenos famosos e tem uma escadaria que dá acesso ao topo, de onde se tem uma vista panorâmica da cidade. Ele foi criado pelo arquiteto romeno Petre Antonescu, à imagem do Arc de Triomphe em Paris, mas o que vemos hoje não tem nada a ver com o original, construído em 1878 para a parada militar da independência da Romênia. O antigo era todo feito em madeira e foi demolido para a construção de um segundo, em 1922, em homenagem aos romenos mortos na 1ª Guerra Mundial. Novamente demolido em 1935, foi reerguido em 1936 e é esse que o que vemos hoje.
Parlamento
Sem dúvida, a parada mais popular é o Parlamento Romeno. Conhecido como “A Casa do Povo”, o grandioso Palácio do Parlamento fica na avenida Dealul Arsenalului (a 3,5 km da Piața Unirii) e é famoso por ser o maior prédio administrativo do mundo em tamanho e peso, ficando à frente até mesmo do Pentágono nos EUA. Ele tem 84 metros de altura e 365.000 m2 de área (com 1.100 salas) e começou a ser construído em 1984 pelo líder comunista Nicolae Ceaușescu. A arquitetura é em estilo stalinista e dizem que, além de ter contado com 700 arquitetos, usou a mão de obra de 50.000 trabalhadores. Mesmo assim, até hoje apenas 400 salas foram realmente finalizadas. Atualmente ele é a sede da Câmara dos Deputados e do Senado Romeno e também possui três museus. Esse verdadeiro elefante branco foi um dos motivos pelos quais Ceaușescu foi deposto e, mais tarde, executado. Não descemos para visitá-lo, pois o dia estava lindo e não queríamos passá-lo todo lá dentro.
Dica: muita gente se hospeda nessa área do Parlamento, mas não recomendamos. Além do Parlamento em si não há muita coisa interessante em volta e nenhuma atração que se possa fazer a pé. Ficar nos arredores da Piața Unirii é mais negócio!
A Revolução Romena
Nicolae Ceaușescu assumiu o poder com o apoio popular e seus primeiros anos de governo foram de moderação. Entretanto, com o passar tempo, foi ficando muito autoritário e se tornou um dos ditadores mais terríveis do Leste Europeu. Vigilância em massa, perseguição à imprensa, abuso de poder e violação dos direitos humanos. Sua política levou o país a uma crise econômica sem precedentes e para aparentar estabilidade, o culto à personalidade de Ceaușescu foi aumentado demasiadamente, acompanhado pela deterioração das relações internacionais e da falta de apoio externo. Em dezembro de 1989 protestos anti-governo foram duramente reprimidos pelas forças armadas em Timișoara, a mando de Ceaușescu. As notícias da repressão levaram a mais manifestações e revoltas em várias cidades e os protestos acabaram chegando a Bucareste. Em 21 de dezembro Ceauşescu fez um comício na praça principal para 80 mil pessoas, evento transmito pela TV para todo o país. Aplaudido apenas por uma primeira fileira de apoiadores, foi ridicularizado em público. Certamente ele jamais imaginou ser vaiado pelo povo que não o deixou sequer terminar o discurso, mesmo prometendo um pequeno aumento no salário mínimo e outros benefícios. O vídeo de seu último discurso pode ser visto no Youtube.
Essa revolta generalizada ficou conhecida como Revolução Romena. Ceaușescu e sua esposa fugiram de helicóptero de Bucareste, mas foram capturados e rapidamente julgados por “sabotagem econômica e genocídio”. Ambos foram mortos por um batalhão de fuzilamento poucas horas depois.
Falha nossa!
Queríamos ir ao Muzeul National al Satului Dimitrie Gusti, que é o museu etnográfico de Bucareste. Assim, logo após o Parcul Regele Mihai, descemos na parada seguinte, a nº7. Ocorre que a parada nº 9 também está sinalizada como Muzeul Satului, mas fica a cerca de 1,5 km de distância. Achamos que tínhamos descido errado e como estava um sol de rachar não dava para ir a pé. Até pensamos em esperar o próximo ônibus, mas demoraria bastante… Havia uma banca de revistas bem na parada, assim tentamos perguntar para a senhora que cuidava dela onde ficava o museu. Ela não entendia nada nem de inglês e nem de italiano e só sabia apontar para o grande parque à nossa frente. Enfim, fomos andando, sem saber o que fazer, até que, do outro lado da avenida, vimos pontos de ônibus de linha, os normais, azuis.
Ao esperar para atravessar a rua pedimos informação para um casal com duas crianças, arranhando o nosso péssimo italiano. Quando dissemos que éramos brasileiros eles já sorriram e nos pediram que os seguíssemos e foram conversando em romeno entre si. O ônibus chegou e eles entraram conosco (não tínhamos cartão de passagem e nem tickets avulsos e explicamos a eles, mas disseram que não tinha problema e nem quiseram aceitar o dinheiro que lhes oferecemos!). Nossa sorte foi que o rapaz já havia trabalhado no Museu e sabia exatamente onde queríamos ir. Pelo que entendemos eles iam tomar outro ônibus, mas ficaram com pena da gente e acabaram pegando um que nos deixasse mais perto de nosso destino. Assim, finalmente descemos bem em frente ao museu. E depois de tanto perrengue, adivinhem?! Descobrimos que havia uma entrada na parada 7 mesmo!
Lago Herăstrău e Muzeul al Satului Dimitrie Gusti
Bucareste tem muitas áreas verdes e, num dia quente, ir ao parque Herăstrău com suas árvores e lago é um dos passeios preferidos dos romenos. Mas, o que achamos mais legal e o que fomos realmente procurar era o Muzeul National al Satului Dimitrie Gusti, uma grande vila medieval no meio do parque. Ele tem moinhos, igrejas e casas em madeira dos séculos XVII, XVIII, XIX e XX, trazidas de várias regiões da Romênia e remontadas lá, para conservação e preservação da memória do país. A maior parte foi transferida para lá nos anos 50. São realmente lindas, coisa de filme! A entrada custa 15 lei por pessoa.
Andamos por lá por horas e almoçamos no restaurante do parque. Limonada geladinha e saladas romanesca e caprese. Tudo saiu por 79 lei. Muito gostoso o Museu – ele é a nossa melhor memória de Bucareste!
No dia seguinte cedinho fomos de metrô para a Estação Bucureşti Nord e pegamos o trem de 09:55 da CFR Calatori (empresa ferroviária romena) para Braşov, na Transilvânia.
Dica: Não, você não está perdido!
Se, como nós, você voltar de trem de Braşov para Bucareste e for direto para o Aeroporto Otopeni, vai ter que trocar de trem na estação Gara de Nord pelo trem para a P.O. Aeroport H e descer em uma parada no meio do nada para pegar um shuttle bus (uma van) que leva ao aeroporto! A estação PO é uma depois da Odaille. Mas não se preocupe, pois funciona mesmo!
Até achamos que tínhamos entrado numa fria quando descemos pois, além de uma cobertura calçada, não havia mais nada no lugar. Olhamos em volta e nem sinal de van alguma. Éramos os únicos ali. Mas, estávamos uns 10 minutos adiantados, então resolvemos esperar. E não é que exatamente no horário marcado (as 15:31) eis que aparece a van e nos leva direto para o aeroporto? Ufa! Que medo! O transfer custa 6,80 lei por pessoa.
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