Dubrovnik – Porto Real

Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, Dubrovnik, a pérola do Adriático, fica longe da capital, Zagreb, mais precisamente 622km ao sul. Por isso, se estiver fazendo vários países e não tiver muito tempo para ir seguindo o litoral croata, o ideal é pegar um voo direto para lá – foi o que fizemos! A Croatia Airlines tem voos diários em vários horários. Pagamos 3.325 kunas para duas pessoas (1.950 reais), salgadinho, mas dada a distância valeu a pena!

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A grana

A Croácia não adotou o euro e a conversão é 1 real = 1,70 kunas (aprox.). Ou seja, não é assim tão ruim, mas não se engane! Em Dubrovnik os preços se assemelham aos de Veneza, então planeje-se bem pois vai achar tudo bem caro. (Nós achamos!) Já em Zagreb os preços são bem parecidos com os do Brasil em termos de hospedagem e alimentação. Antes de viajar a gente calculou as despesas usando o site Quanto Custa Viajar, o que nos deu uma boa ideia (os cálculos não são 100% precisos, mas ajudam bastante!).

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A língua

O sérvo-croata, assim como as demais línguas eslavas, é muito diferente para nós, brasileiros. A palavra “praça” por exemplo são apenas 3 consoantes: TGR! (Maluco, não é?) O bom é que na Croácia usa-se o alfabeto latino (e não o cirílico), o que nos ajudava a decorar os nomes dos lugares. Outra coisa bacana é que devido à proximidade com Veneza há muita influência do latim, principalmente na culinária. Assim, menus em italiano são bem comuns.

Você vai notar muitas palavras com um acento circunflexo invertido em cima de consoantes, como na letra “C”. Isso faz com que o som se assemelhe a um “tche”. Assim, Kuničeva, pronuncia-se “kunitcheva”, Ploče pronuncia-se “plotche”,  Minčeta (mintcheta) e Korčula (kortchula). Já sobre a letra “S”, o som é de “x”, assim Matuško pronuncia-se “matuxco” e Šumet (xumet).

Mas o inglês resolve bem a sua vida, não se preocupe!

Quando ir e onde ficar?

Não é a toa que Dubrovnik foi escolhida para dar vida à King´s Landing (Porto Real), a capital dos Sete Reinos em Game of Thrones! A Stari Grad (termo croata para Cidade Velha) é cercada por uma muralha de dois quilômetros de extensão por 25 metros de altura, tornando-se a maior cidade fortificada do mundo. Banhada pelo mar, ela abriga dentro de seus muros construções de pedra e tijolos de barro, moradores que estendem suas roupas dos dois lados das ruelas, pontes, estátuas, colunas e portões, além de igrejas, torres e monastérios e um velho e magnífico porto. Ou seja, motivos de sobra para incluí-la no roteiro!

Nem pense em hospedar-se fora da Stari Grad! Certamente irá se arrepender, afinal, embora haja lindos e paradisíacos hotéis nas proximidades (inclusive o Hilton), o propósito de se visitar uma cidade medieval é vivê-la!

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Ficar na Cidade Murada nos permitiu percorrer sem pressa a Stradun, a rua principal que foi pavimentada em 1468; nos refrescar na Fonte de Onófrio (de 1436); caminhar pelas muralhas e subir até o alto da Torre Minčeta (de 1319), comprar frutas na Praça Gundulić (de 1667), tomar sorvete no Porto Antigo (de 1470) e ver o pôr do sol no quebra-mar da Porpotela… uma experiência inesquecível!

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Dica: A melhor época para visitar a Croácia é de abril até outubro. Fomos em junho e aproveitamos muito!

Dubrovnik tem apenas 42.600 habitantes mas chega a receber 1 milhão de turistas ao ano, dos quais cerca de 750 mil vem nos cruzeiros somente para passar o dia. Passeios guiados lotados de gente do mundo todo visitam os cenários de Game of Thrones várias vezes ao dia, mas NADA se compara a passar algumas noites lá!  Definitivamente essa não é uma cidade para uma passadinha. Tudo em Stari Grad tem história…tudo!

B&B Andio

Ficamos 4 noites no B&B Andio e o escolhemos pela localização. A Rua Kuničeva é uma das estreitas ruazinhas que desemboca na Stradun, ou seja, na avenida principal da Stari Grad. O B&B fica em um prédio muito antigo, aliás como tudo na Cidade Velha, e a rua é quase tão estreita quanto uma calçada, mas por dentro é muito bem decorado e tem um bom wifi. O quarto em que ficamos tinha 25m divididos em dois pisos, embaixo uma saleta, o banheiro e em cima, a cama. Era bem pequeno, mas muito simpático e gostamos muito.

Quando chegamos não havia ninguém para nos atender (foi o único “senão”). Entretanto, nos enviaram por e-mail o código para entrar no prédio e deixaram as chaves do nosso quarto sobre o balcão da recepção em um envelope. Na verdade a única oportunidade em que víamos algum funcionário era no café da manhã, que era bem bom, e as atendentes atenciosas. Ao irmos embora, como nosso voo saía às 5 da manhã, na noite anterior elas nos prepararam dois sanduíches com 2 garrafinhas de suco para levarmos. Achamos bem bacana. O total da hospedagem para casal foi 476 euros (preço bom para Dubrovnik e principalmente para a Stari Grad).

Dica: se vier do aeroporto peça para o taxista deixar você no Pila Gate e não no Ploče Gate, pois embora mais perto, é preciso descer as íngremes escadarias da rua Kuničeva com as malas. Já vindo pelo portão Pila o caminho é plano. Quando olhamos no mapa cometemos um erro bem comum: pensar em tudo como sendo plano…

Além de aproveitar bastante a cidade, ficar na Stari Grad nos permitiu fazer um bate-volta de um dia até a linda ilha de Korčula, passando também pela cidade de pedra de Ston e por uma das muitas vinícolas da região, a Matuško, em Potomje.

Nos próximos post vamos falar das maravilhas da Cidade Velha e também sobre esses passeios, acompanhe!

Confira outros posts:

As Muralhas de Dubrovnik

Stradun, o coração de Dubrovnik

Comer em Dubrovnik

O verdadeiro Porto Real

Stari Grad Dubrovnik

Dubrovnik vista do alto

Korčula – a ilha de Marco Polo

Ston – Cidade de Pedra

Potomje e Vinícola Matuško

Leste Europeu

Zagreb

Gornji Grad – A alta Zagreb

Donji Grad – A baixa Zagreb

Comer em Zagreb

Publicado por Adelijasluk

Adeli é formada em Letras e pós graduada em Recursos Humanos, fala quatro línguas e adora conhecer outras culturas. Curiosa e teimosa, nas horas vagas planeja itinerários próprios para as viagens anuais com o marido. Edevaldo é funcionário público e cursou geografia e informática. Paciente, nas horas vagas estuda maneiras sensatas de viabilizar os itinerários da esposa. Viajam por conta própria e juntos já conheceram 208 cidades em 33 países.

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