Stare Miasto – A Velha Cracóvia II

Assim como em Praga, as principais atrações de Cracóvia ficam em Stare Miasto – a cidade velha. O que significa que se pode visitar muita coisa a pé e em pouco tempo. Ir na primavera ou no verão é ainda mais vantajoso, pois os dias “rendem” muito mais!

Depois de explorar sem pressa e curtir a Rynek Glóvny, andamos bastante por Stare Miasto e contamos aqui um pouco desse passeio:

Barbakan Krakowski

O Barbakan (Ul. Basztowa, nº50) é um posto avançado que fazia parte dos muros da cidade. A fortificação medieval funcionava como a primeira defesa de Cracóvia antes do Portão de São Floriano e também servia para controlar quem e o quê entrava na cidade. Está muito bem preservado e a visita vale bastante a pena, pois pode-se ver exatamente como a fortaleza funcionava por dentro e como se posicionavam os soldados para proteger a cidade contra os invasores. De lá pode-se seguir pelos muros até o Florianska Brama. Vale a visita interna.

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Brama Florianska

A cidade medieval de Cracóvia costumava ser alvo de ataques dos turcos e para proteger a cidade no final do século XVIII o Portão de São Floriano (Brama Florianska), na Ul. Pijarska, foi construído como parte das muralhas da cidade a partir de 1285. A torre tem 33,5 metros e o “capacete” de metal no topo, construído em 1660, acrescenta mais um metro à altura do portão. Ele é mencionado pela primeira vez em 1307 e a estrada real começa nele. Estava ligado por uma longa ponte (que já não existe) ao Barbakan, uma estrutura defensiva circular feita de tijolo e erguida do outro lado do fosso.

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Segundo registros, em 1473 havia 17 torres defendendo a cidade; um século depois, esse número subiu para 33. No auge da sua existência, as muralhas que circundavam a Cidade Velha contavam com 47 torres de vigia e oito portões (sendo esse o único sobrevivente dos 8 que foram derrubados ao longo da modernização da cidade no século XIX).  O Portão está muito bem preservado e vale a pena fazer a visita e subir na torre, pois de lá tem-se uma vista linda da rua Florianska que rende ótimas fotos.

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Ulica Florianska 

A rua Florianska aparece nos mapas de Cracóvia desde 1257 e é a mais importante da Cidade Velha, ligando a praça principal, a Rynek Glówny, ao Portão de São Floriano, portal medieval que por sua vez segue até o Barbakan (fortaleza que faz parte dos antigos muros da cidade medieval). A rua é muito movimentada e é hoje o endereço com o aluguel mais caro de Cracóvia e o segundo mais caro da Polônia. Nela estão lojas, restaurantes e cafés como o Café Costa (tem até um MacDonalds!). Caminhar por ela é muito agradável e os edifícios são lindos. Rende muitas fotos!

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Como era de se esperar de um país fervorosamente católico, a arquitetura e a arte sacra são uma das grandes atrações da Polônia e em Cracóvia há, literalmente, uma igreja em cada esquina. Devido o pouco tempo, visitamos apenas algumas delas.

São Pedro e São Paulo

A igreja de São Pedro e São Paulo, na rua Grodzka,  é de 1619 e é muito linda por fora, com estátuas dos apóstolos adornando a entrada. É também uma das primeiras construções barrocas da cidade e foi feita com base na igreja de Santa Suzanna em Roma. Não tivemos tempo de vê-la por dentro, mas a amamos por fora. Em frente, estátuas dos apóstolos dão as boas vindas ao fieis. A vista a partir da praça é muito bonita.

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Em frente à igreja de São Pedro e São Paulo está a pequena Praça de Santa Maria Madalena (Plac Swietej Marii Magdaleny) e nela o Monumento a Piotr Skarga (1536-1612). Skarga foi um jesuíta polonês, grande orador, contestador da política da época e professor da Universidade de Cracóvia. “As Vidas dos Santos”, escrito por ele, foi durante séculos um dos livros mais populares da Polônia. Logo atrás, no fundo da Praça, fica a Pontifícia Universidade João Paulo II.

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As ruazinhas ao redor também são lindas, especialmente a Ulica Kanonicza. Os edifícios estão muito bem conservados e restaurados. Adoramos passear por ali.

E ali perto, na ulica Franciszkanska 3, está o Palácio Apostólico, onde o Papa João Paulo II costumava ficar quando ia à Cracóvia. A janela do quarto dele é sinalizada com uma plaquinha e era dali que ele falava com o povo sempre que visitava a cidade.

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Kosciol Franciszkanow 

No caminho do hotel para a Praça Rynek Glóvny passávamos pela Igreja de São Francisco na Praça Wszystkich Swietych. A igreja em estilo gótico do século XIII, uma das mais antigas de Cracóvia, foi também uma das primeiras construções de ladrilhos da cidade. Tem seu interior todo em estilo barroco e é realmente muito bonita. Como é comum nas igrejas góticas, ela é escura e a luz entra pelos vitrais, que são uma atração à parte.

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A Basílica de São Francisco era também um dos lugares favoritos do Papa João Paulo II e há um banco, no fundo da igreja, onde ele costumava se sentar, com uma placa em sua homenagem. Vale a pena entrar, sentar-se no banco em que ele costumava ficar e fazer uma prece, ou apenas admirar a beleza e a paz do lugar

Pavilhão Wyspiański

O artista Stanisław Wyspiański (1869 – 1907) foi incumbido pelo bispo de Cracóvia a criar vitrais para a Catedral de Wawel, entretanto, a igreja não ficou muito feliz em ver que ele havia representado um dos reis da Polônia, Casimiro, o Grande (1310-1370), como um esqueleto e proibiu que os vitrais sequer saíssem do papel. 100 anos depois da morte de Wyspiański, em 2007, foi inaugurado o Pavilhão que leva seu nome, na Plac Wszystkich Świętych nº2, no centro histórico de Cracóvia. Foram escolhidos três projetos de vitrais dele para serem realizados – entre eles o do rei Casimiro.  Passamos por ali na visita guiada com o Marcin, vimos os vitrais e ele nos contou essa história. Adoramos!

Grunwald Monument 

O monumento de Grunwald fica na Plac Matejki, na Cidade Velha, e homenageia a vitória polonesa na batalha de mesmo nome, que aconteceu em 1410 e impediu a invasão dos germânicos (chamados teutônicos). Também conhecida como a Primeira Batalha de Tannenberg, foi a batalha que decidiu o desfecho de uma das maiores guerras da Europa medieval. Quando os nazistas invadiram Cracóvia em 39, destruíram o monumento (que era de 1910), pois ele representava sua derrota. Ele foi reerguido em 1976 e hoje as comemorações da Independência da Polônia são realizadas ali, ao pé dele, na Plac Matejki. Na praça ainda está a Academia Polonesa de Belas Artes. É um local muito agradável para passear.

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Slowacki Theatre

O teatro, na Sw. Ducha 1, é de 1893 e é um dos mais bonitos teatros em estilo barroco da Europa. Passamos por ele passeando pelas redondezas a caminho da Rodoviária em nosso último dia em Cracóvia. Pena não termos tido tempo de visitá-lo por dentro e nem de assistir uma peça. O teatro estava fechado neste dia e no dia seguinte já íamos embora. Mas é realmente muito bonito e vale um clic!

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Kraków Glóvny

E para terminar, a Estação de Trem e Ônibus (Krákow Glówny Dworzec autobusowy),  na ulica Bosacka nº 18 , de onde saímos para Oświęcim (Auschwitz).

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Dica: logo em frente à Krakow Glówny fica o lindo edifício dos Correios, onde você pode despachar folhetos/catálogos e livros para o Brasil sem pagar imposto (e assim aliviar o peso da mala).

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No próximo post vamos contar como foi nossa visita ao Castelo de Wawel e aos arredores. Acompanhe!

Veja também:

Polônia

Polônia no cinema

Stare Miasto – A Velha Cracóvia I

Castelo de Wawel e Arredores

Kazimierz

Auschwitz

Publicado por Adelijasluk

Adeli é formada em Letras e pós graduada em Recursos Humanos, fala quatro línguas e adora conhecer outras culturas. Curiosa e teimosa, nas horas vagas planeja itinerários próprios para as viagens anuais com o marido. Edevaldo é funcionário público e cursou geografia e informática. Paciente, nas horas vagas estuda maneiras sensatas de viabilizar os itinerários da esposa. Viajam por conta própria e juntos já conheceram 208 cidades em 33 países.

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