Cracóvia foi capital da Polônia de 1038 a 1569, o que fez dela um importante centro comercial na idade média e contribuiu para seu desenvolvimento arquitetônico e cultural. Desde 1978 a cidade é parte do Patrimônio da UNESCO. O coração da cidade é o seu centro velho (Stare Miasto) e contamos aqui no Blog o que vimos e fizemos por lá.
Rynek GlównyA Praça do Mercado (Rynek Glówny) tem sido o coração da cidade velha de Cracóvia há séculos, com o seu mercado de tecidos, que hoje tem barraquinhas de souvenir de todos os tipos, seus restaurantes com mesinhas na calçada, as carruagens com cavalos ornamentados para os passeios no fim da tarde, a Igreja de Santa Maria, com seu toque de corneta de hora em hora e a de São Adalberto (Wojcieche), com quase mil anos de idade, as feiras gastronômicas para experimentar um queijo frito, um vinho quente… Vale a pena almoçar por lá e ficar apreciando o movimento. Nela está também a moderna estátua do artista Igor Mitoraj, chamada Eros Bendato (mais conhecida como “a cabeça gigante”), ao lado da medieval Torre da Prefeitura.
Wieza Ratuszowa
A antiga Prefeitura de Cracóvia (Wieza Ratuszowa) foi construída no século XIV em tijolos e pedra, mas o edifício original foi demolido em uma das várias reformas do local, restando apenas a torre de 75 metros de altura. Era na Torre que ficavam as masmorras da cidade (e as execuções eram feitas na praça!). É possível subir até o topo se você aguentar os 110 degraus.
Kosciol Mariacki
A Basílica de Santa Maria (Kosciol Mariacki) na Rynek Glówny foi construída no início do século XIII, mas as torres foram erguidas somente no século XV, em décadas distintas e o interessante é que elas têm tamanhos e cúpulas diferentes. Uma delas tinha a função de torre de vigilância e diz a lenda que um trompetista foi morto com uma flecha atravessada na garganta exatamente quando soava o alarme alertando a cidade sobre a invasão tártara. Por isso, todos os dias, de hora em hora, um trompetista sobe ao alto da torre Hejnal e soa a melodia de mesmo nome, que é interrompida antes do término, propositalmente. Os turistas se aglomeram para ouvir e também tentar vê-lo (inclusive nós!). É bem rapidinho, mas é bem legal. Para entrar não se paga, mas para subir na torre sim – 15 slotys por pessoa.

Sukiennice
Também na Praça principal (Rynek Glówny) está o Sukiennice (Mercado). É realmente incrível saber que se está em um edifício construído no séc. XIV e que até hoje é utilizado para o mesmo propósito – ser um mercado. A beleza da construção atesta a prosperidade e importância que a cidade tinha na época. Chamado de “Mercado de Tecidos”, atualmente tem muitas barracas de souvenirs e artesanato local. Comprei babuskas lindas lá. Logo na entrada há um facão pendurado sobre a porta principal, para lembrar o que acontecia com quem resolvesse roubar. Atenção para o piso! Sendo uma “loja”, há um grande e lindo mosaico da maçonaria no meio da construção.

Na praça há vários restaurantes e cafés e nos fins de semana há feiras (uma boa opção para comer bem e barato – tem sanduíches de pão com linguiça, salgados…). Tivemos a sorte de pegar uma festa com apresentações folclóricas de canto e dança polacos. Quando fomos o sloty estava praticamente igual ou real, ou seja – R$1,00 = 1 sloty.
Eros Bendato
Ainda na Rynek Glówny há uma estátua muito diferente. Igor Mitoraj é o excêntrico artista polonês responsável pela cabeça de bronze gigante e oca, de olhos vendados (de onde vem o nome: Eros Bendato – ou seja, Eros Vendado). Quando doou a obra para a cidade de Cracóvia o artista exigiu que ela ficasse exposta na Praça do Mercado. Por isso ela parece um tanto fora de lugar atrás da Torre da Prefeitura, que é do século 13. Entretanto é uma agradável surpresa dar de cara com ela. Rende fotos bacanas. Igor Mitoraj tem obras em várias cidades como Londres (no British Museum e em Canary Wharf), na Alemanha, Espanha e Itália.
Igreja de São Adalberto
São Adalberto (Wojcieche, em polaco) nasceu em Praga no ano de 956 e era filho de nobres. Lá tornou-se padre e depois bispo. Muito caridoso, conta-se que todos os dias fazia as refeições junto com 12 mendigos, mas acabou desiludido com sua congregação, que não vivia os preceitos de humildade que ele pregava. Recolheu-se em um mosteiro por 5 anos, até ser chamado pelo Papa para reassumir a diocese. Quando retornou a Praga, encontrou resistência da comunidade e foi forçado a fugir para a Polônia, onde seguiu evangelizando a população. Lá também foi perseguido pelos sacerdotes pagãos e, no ano de 997, foi morto a golpes de lança e depois decapitado. A pequena Igreja de São Adalberto na Praça do Mercado é bem anterior à ela, tendo sido construída ainda no séc. XI (e a praça somente em 1257). Atualmente, além de monumento histórico, a pequena igreja abriga concertos de música clássica. Achamos muito interessante conhecer essa história.
Uma das principais diferenças entre a culinária brasileira e a polonesa, e algo que notamos logo na chegada, é o pouco sal. Outra é que no Brasil a base da nossa alimentação são os grãos (feijão, arroz, milho…) enquanto que na Polônia a batata é o principal alimento. Além disso, a carne de porco é mais comum do que a de gado (que é mais escassa e portanto, mais cara). Mesmo assim, come-se muito bem por lá!
O Pierogi é o prato tradicional da Polônia e para nós, no sul do Brasil, um grande conhecido. Os pasteizinhos cozidos são servidos normalmente na manteiga com cebolas e são tradicionalmente recheados com batata, chucrute, carne moída, ricota, queijo ou ainda, feijão. Delícia!Pod Sloncem
Você pode encontrar muitos bons restaurantes em Cracóvia, mas sem dúvida o Pod Sloncem (também na Rynek Glówny) merece a fama que tem. Foi o nosso primeiro almoço na cidade e eu queria que fosse especial – não poderíamos ter escolhido melhor! O restaurante tem mesas do lado de fora, no entanto, o porão decorado realmente acrescenta à experiência. A nossa escolha foi duas porções de pierogi, um recheado com ricota e batatas e o outro com recheio de carne de porco – ambos com cebolas fritas por cima, como é tradicional. Pode-se pedir molho de tomate à parte, embora não seja como o prato é comido por lá. Pedimos um copo de vinho branco local, que vai muito bem com o pierogi. Estava bem vazio, mas parece que costuma ficar bem cheio no verão, então é bom fazer reserva! Fomos com o Marcin (nosso guia) e ele nos ajudou a pedir os pratos. Recomendamos muito!


Restaurante Sioux
Paramos também no Sioux num fim de tarde para tomar um café e não resistimos às tortas do cardápio! O restaurante é bem em frente à Praça Rynek Glówny e tem mesas ao ar livre bem gostosas. De lá ficamos apreciando o movimento das carruagens levando os turistas e tirando fotos da medieval Torre da Prefeitura. Mesmo na primavera esfria um pouco à noite e achamos muito interessante cada cadeira ter uma manta para os clientes se cobrirem enquanto comem e bebem.
E nos próximos posts continuamos explorando Stare Miasto e vamos conhecer o Castelo de Wavel. Não perca!Veja também: