Hasta la Victoria Siempre
Ir a Havana e não passar pela Plaza de La Revolución é o mesmo que ir a Roma e não visitar o Vaticano. Palco de grandes comícios e grandes encontros no país, é parada obrigatória para quem visita a cidade. Entretanto não mais que isso, uma parada que não exige muito tempo. Uma praça enorme, com o monumento a José Martí (o mártir da Independência cubana) de um lado e de outro, dois edifícios estatais, um deles com a imagem de Che Guevara e outro com a de Camilo Ciénfuegos, os heróis revolucionários. Eles abrigam Ministérios, órgãos públicos e também a Biblioteca Nacional. Não subimos, mas é possível ir até o alto do Monumento (30 m), de onde se pode ver toda a cidade. Quando fomos a Santa Clara e a Santiago de Cuba, aprendemos um pouco mais sobre a história da Revolução (confira os posts!).
Cultura para Todos
Depois de tanto callejar (caminhar pelas ruas), decidimos acompanhar a Elena, nossa anfitriã, a uma sessão de teatro num domingo à tarde. Por apenas 1 CUC vimos uma comédia tipicamente cubana em um teatro próximo, o Hubert de Blanck, na Calle Calzada, nº 657 (entre as Calles A y B), no bairro La Mariscal, próximo do Vedado. Encenada pela companhia da casa em comemoração aos seus 25 anos, Vientos Huracanados contava, de forma bem humorada e contundente, a história de uma família e suas desventuras, enquanto se preparava para passagem de um furacão – algo não incomum em Cuba (em 2012 o furacão Sandy causou inundações no litoral, destruição em Santiago de Cuba e prejudicou as comunicações no país. Mais recentemente o Matthew e o Irma também assolaram o oriente).
Se tiver tempo, recomendamos conversar com os donos de sua casa, ou mesmo funcionários do hotel, para saber o que está em cartaz perto de você. Se realmente quiser conhecer a cultura do país, ir ao teatro é uma das melhores maneiras!
Acervo Impressionante
O Museu Nacional de Belas Artes, na esquina das Calle Trocadero y Calle Agramonte, tem arquitetura moderna, diferente do que se vê no restante de Habana Vieja, entretanto, o acervo tem arte clássica. Durante o período colonial as famílias ricas acumularam bons conjuntos com obras trazidas da Europa, passando pelos diferentes períodos e escolas e também de artistas locais. Após a Revolução as obras confiscadas dos acervos particulares foram trazidas para o Museu para exposição pública. As obras, portanto contam um pouco da história de Cuba desde a independência da ilha da Espanha. Fotos nas áreas internas são proibidas (o que é natural).
Exposições especiais também podem ser encontradas na sala transitória do Museu. Tivemos a oportunidade de ver a mostra Los Rostros de la Modernidad, um conjunto de 45 peças que reúne mais de 30 anos de arte cubana (1925 a 1957) vistos através de um gênero específico, o retrato. A exposição incentiva que a beleza do retrato volte a assumir o primeiro plano de nossa atenção, sem perder o contexto histórico-cultural em que foi realizado.
Arte e Religião se misturam
Como no Brasil, a colonização europeia, os ciclos econômicos e o regime escravagista deixaram em Cuba suas marcas. Havana possui uma grande população afrodescendente que cultua a Santería, religião que se parece ao Candomblé e que tem os orixás como divindades. O Callejón de Hamel, no Vedado, é o local que abriga os devotos e também artistas. O assédio dos vendedores é grande e vão querer vender charutos o tempo todo, mas, se não se interessar, pode apenas dar uma gorjeta ao seu guia. Boa energia e votos de felicidade não fazem mal a ninguém!
Veja também:
Hay que endurecer sin perder la aventura
Callejando por la Habana Vieja I
Callejando por la Habana Vieja II