Cuba respira música e transpira alegria e Santiago de Cuba é o berço do Carnaval no país. O Museo del Carnaval, na Calle Heredia 301, é bem pequeno e, para brasileiros, que estão acostumados com o glamour do Sambódromo, é um pouco decepcionante em termos de acervo. Ao mesmo tempo, a história contada em fotos e recortes de jornais e outros documentos é muito interessante.
Por várias vezes os governos coloniais e depois a própria ditadura tentaram proibir o carnaval de rua, mas nunca conseguiram acabar com ele. E foi justamente durante o carnaval que os rebeldes aproveitaram para contrabandear armas para dentro de Santiago para a Revolução e assim derrotar o exército da ditadura, acobertados pela população. A entrada custa 01 CUC.
Mamá yo quiero saber de donde son los cantanates
Que lo’ encuentro muy galantes
Y los quiero conocer
Con su trova fascinante que me la quiero aprender
Museo de la Lucha Clandestina
O Museu conta uma parte da Revolução pouco conhecida, a estratégia, a articulação administrativa e até contábil por trás do movimento e as mentes responsáveis por isso. Sem este suporte e organização jamais teriam conseguido derrotar o ditador Fulgéncio Batista. Muita gente pensa que a revolução foi feita por um bando de baderneiros e estudantes, o que não é verdade. Havia jovens mentes brilhantes lutando por um país livre da exploração estrangeira. O acervo é muito bem preservado (fotos, manifestos, uniformes, armas…) e a visita guiada é indispensável. A entrada custa 1 CUC. Logo em frente, está a pequena casa onde morou Fidel Castro quando criança. Lição de história.
Plaza de Dolores
A Plaza de Dolores é onde se pode encontrar uma CADECA no Centro de Santiago. Fomos procurar por uma e ao chegar à praça vimos que estava lotada de cubanos jogando damas e alguns turistas tomando drinks. Em frente há alguns bares e restaurantes e, como o calor estava de matar, resolvemos almoçar por lá mesmo. Não é a praça mais bonita da cidade, mas é onde se pode sentir mais a cor local. O restaurante é um casarão colonial avarandado, com o interior bem fresco. A comida não foi das melhores que já provamos, pois cometemos o “pecado” de pedir carne de gado, mas o suco de goiaba estava delicioso – tomamos dois copos grandes cada um!
De Quartel da Ditadura à Escola Pública
O edifício do quartel de Moncada (Calle General Portuondo y Avenida Moncada) ainda conserva os buracos das balas da tentativa frustrada de tomada por Fidel Castro e seu grupo em 26 de julho de 1953, ainda bem no início do que seria a Revolução. A visita guiada vale a pena, pois a história é contada de forma cronológica e fica-se conhecendo outros heróis e outros líderes, afinal o ditador Fulgéncio Batista não foi derrubado somente por meia dúzia de revolucionários liderados por um Argentino. O mais bacana é que, como aconteceu com vários outros pelo país, hoje o quartel é uma escola pública e os sons da tortura foram substituídos pelas vozes das crianças. História Viva!
Você sabia? Cuba é o único país da América Latina e Caribe a alcançar todos os objetivos mensuráveis de educação segundo o Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
Para saber um pouco mais sobre o sistema educacional cubano (que erradicou o analfabetismo no país), sugerimos o filme Conducta sobre o qual comentamos no post Cuba através do Cinema.
Bendita Farándula
A indicação foi de nosso taxista local, o Armando. Quando chegamos na Calle Barnada, 513, não vimos nada na casa que chamasse a atenção, nem mesmo a placa. Não se engane com a fachada extremamente simples, parecendo com a entrada de um boteco. Ao descer e confirmar que havia lugar para o almoço, tivemos uma grata surpresa. O local é bem pequeno, mas a comida é realmente muito boa e você pode apreciar pratos locais a um preço justo. O restaurante é frequentado por famílias e casais e éramos os únicos turistas. A comida demora um pouco, pois é feita na hora. Experimentamos o arroz oriental, que estava muito gostoso. Também possuem um bom bar para preparar um mojito geladinho ou outro drink. Há dois ambientes, um com e outro sem ar condicionado, por isso é bom reservar.
Outro lugar legal que merece uma visita para descansar um pouco, refrescar-se e apreciar a vista de Santiago e tirar umas boas fotos é o Balcón de Velázquez na rua Bartolomé Masó.
Veja também:
Callejando por la Habana Vieja I