Com seu campanário de contos de fadas posicionado sobre a pequena ilha rochosa no meio do Lago, a icônica Bled é conhecida como a pérola da Eslovênia. Fomos para lá a partir de Ljubljana, pois fica a apenas uma hora e meia de ônibus (55 km). A passagem custou 12,84 euros por pessoa, ida e volta , já incluído o transfer para a ilha. Compramos a passagem na própria Estação de Ljubljana, na hora mesmo. A atendente entendia inglês, e embora não falasse muito bem, nos explicou o que precisávamos e a compra foi bem tranquila e rápida. Chegamos cedo e pegamos o ônibus de 8:30, pois queríamos entrar no Castelo ainda pela manhã e fazer o passeio de barco no lago até a ilha à tarde.
O barco não era a tradicional plena (uma espécie de gôndola) à remo, e sim um barco a motor que leva mais passageiros. A decisão de ir cedo foi ótima pois realmente depois de um certo horário começam a chegar muitos ônibus de turismo e o Castelo fica cheio.
Blejski Grad – Castelo
O Castelo de Bled é o mais antigo da Eslovênia, sendo mencionado em documentos desde 1011. Hoje, o que sobrou da construção medieval são ruínas que foram reconstruídas em parte. Há um museu pequeno e uma capela, construída no séc. XVI, mas a grande atração é a vista que se tem dos muros do pátio para o lago e para a ilhota no centro do lago Bled, com sua pequena igreja e seu alto campanário – um cenário de contos de fadas.
O ingresso para o Castelo custa 10 euros por pessoa, mas só a vista de lá de cima já vale a entrada! Para chegar da estação de ônibus até o Blejski Grad resolvemos tomar um táxi, uma vez que a subida é longa. Pagamos 10 euros na corrida e, embora tenhamos achado um pouco caro, foi uma boa pedida, pois quando se chega ao pé do castelo ainda há uma outra subida – a rocha que abriga o castelo – curta, mas íngreme e bem escorregadia. A decisão de ir cedo foi ótima, pois depois de um certo horário começam a chegar muitos ônibus de turismo e o Castelo fica cheio. Para descer fomos à pé pelo caminho que leva ao lago a partir do parque do Castelo.
A parte interna do Castelo foi toda renovada, mas há ainda algumas construções medievais que sobreviveram ao tempo. A mais conservada delas é a Capela, que é pequenina, e conserva ainda afrescos antiquíssimos pintados em suas paredes.
A vista é espetacular praticamente de qualquer ângulo que se olhe. Do lado oposto ao lago, por exemplo, a gente pode ver a linda paisagem dos campos eslovenos.
Uma grata surpresa foi ver as barracas medievais montadas, armaduras, bandeiras e espadas já em exposição para a festa que aconteceria no dia seguinte. Como garotos serão sempre garotos, quem se divertiu muito com a brincadeira foi o Ede…. só não pediu para vestir uma armadura e brincar com as espadas porque não teve tempo!
Maximal Cocktail Longe Bar
Enquanto esperávamos para fazer o passeio de barco até a ilha de Bled, após a visita ao Blejski Grad, resolvemos fazer um lanche, afinal sabíamos que na ilha não haveria muita opção e o tempo seria curto. Escolhemos o Maximal porque queríamos um lugar com mesas ao ar livre e próximo do portinho onde se tomam as embarcações. Embora o restaurante estivesse bem vazio a garçonete demorou para vir nos atender. Como estava muito calor e os preços eram altos escolhemos uma salada completa, a Maximal Solata, um combo de pizza individual (magherita) e um suco de laranja (naravni pomaranski sok). Tudo saiu 16,89 euros. Foi um bom lanche. O terraço ao ar livre do Maximal fica logo na entrada do Bled Shopping Centre e é bem gostoso em um dia de sol.
Blejsko jezero
O Lago Bled (Blejsko jezero) é a grande atração da cidade e bem no meio dele – a pequena ilha (Blejski otok). O transfer de barco (que compramos junto com as passagens para Bled) foi com um barco a motor que acomodava cerca de 10-12 pessoas. Quem deixa para comprar na hora, já em Bled, tem a opção de ir nos barcos a remo, os tradicionais “pletnas” (que se parecem com as gôndolas de Veneza), mas que são bem mais caros e levam mais tempo para cruzar o lago.
A paisagem é, mesmo, de contos de fadas e chegando à ilha subimos os 96 degraus até a Igreja. Segundo historiadores, o templo da deusa eslava Živa, deusa da vida e da fertilidade, ficava exatamente naquele local. Ele teria desaparecido durante as batalhas entre pagãos e cristãos, que destruíram o altar e construíram a igreja. Na ilha os arqueólogos encontraram evidências de assentamentos eslavos dos séculos IX a XI com 124 esqueletos. Construída no início do século XII e consagrada em 1142, é a primeira igreja documentada oficialmente, embora a torre só tenha sido adicionada no século XV e no início do século XVI tenha sido praticamente reconstruída por conta de um terremoto que a destruiu quase por completo. O altar em estilo barroco é muito bonito, com a estátua da Virgem Maria e os altares laterais, consagrados a São Sebastião, Santa Madalena e Santa Ana.
Uma das atrações é tocar o sino puxando a corda que desce pela cúpula até o altar. Diz a lenda que quem o fizer terá um desejo atendido. Quando fomos havia uma multidão de turistas asiáticos pendurados na corda para tirar centenas de fotos cada um, em posições diferentes, alheios aos demais que esperavam sua vez… meu único desejo era que eles tirassem logo suas fotos e saíssem dali, dando o lugar para os outros… Mas qual! Sem poder tocar o sino, deixamos o altar (e meu desejo de lado) e continuamos explorando o magnífico cenário que já havíamos admirado mais cedo, de cima do Blejski Grad.
E com essas lindas paisagens e memórias vivas nos despedimos de Bled e da Eslovênia!
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