Ágora era o nome que se dava às praças públicas na Grécia Antiga. Nestas praças ocorriam reuniões onde os gregos, principalmente os atenienses, discutiam assuntos ligados à vida da cidade (pólis). As assembleias aconteciam na Ágora e os cidadãos podiam decidir sobre temas ligados a justiça, obras públicas, leis, cultura, etc., através do voto direto. Por este motivo, a Ágora era considerada um símbolo da democracia ateniense, na qual todos os cidadãos tinham igual voz e direito voto. Também era um espaço público de debates e possuía finalidades religiosas (eventos, cerimônias) e econômicas (negociações, acordos, comércio de mercadorias, etc).
Ágora Romana
Quando a Grécia foi invadida pelos Romanos o imperador Augusto mandou construir essa Ágora em Plaka (Monastiraki), logo abaixo da Acrópole. Ela foi depois ampliada pelo imperador Adriano. A praça de 98 metros de comprimento por 111 metros largura era cercada por uma colunata de estilo jônico que delimitava os quatro lados do mercado.
A porta de entrada, a Porta de Atena Arquegetis, com suas quatro colunas dóricas em mármore branco, permaneceu em pé e as ruínas dão uma boa ideia da grandiosidade da Ágora. Ela foi construída no ano 11 antes de Cristo com doações dos imperadores Julio Cesar e Augusto. A partir dali tem-se uma vista muito bonita da Acrópole lá em cima.
Ainda na Ágora Romana está um edifício octogonal em mármore, construído no século I a.C. pelo astrônomo Andrônico de Cirro – a Torre dos Ventos. Com 12 metros de altura por 8 metros de diâmetro, antigamente tinha no topo um cata-vento com o desenho de um Tritão, que indicava a direção do vento. Ela foi a primeira torre de relógio e estação meteorológica que se tem notícia. No friso há relevos que representam as oito divindades gregas para o vento. No interior da torre havia ainda um relógio de água (clepsidra), movido pela água que vinha da Acrópole.
Ágora Antiga
Essa Ágora é chamada de Ateniense, ou Antiga, para diferenciá-la da Romana. As escavações desse site começaram em 1930 e revelaram vários edifícios públicos, inclusive a prisão onde Sócrates (um dos fundadores da filosofia ocidental) foi encarcerado e executado. Também ficava lá a “casa da moeda” de Atenas – onde era cunhado o dinheiro da Grécia antiga. O principal edifício é Stoa de Attalos (erguido entre 159 e 138 a.C) que hoje, após ser reconstruído, virou Museu.
Entretanto, a grande atração mesmo é o magnífico Templo de Hefesto. É simplesmente o templo grego antigo mais bem preservado do mundo! E é tão grande que pode ser visto nitidamente do alto da Acrópole, como nessa foto que batemos lá de cima.
Passear pela Ágora num dia de sol é uma delícia e há várias estátuas realmente impressionantes (mesmo não estando inteiras). Quando a gente assiste filmes como o Gladiador, ou 300, pensa: Tá, e como é que eles sabem que era assim que os imperadores e os guerreiros se vestiam? Simples! As esculturas preservaram isso! E em detalhes finíssimos! Ou seja, Hollywood não inventou muito não! Olha só:
O Museu da Ágora Ateniense fica na Stoa de Attalos (século II AC). O edifício foi restaurado na década 50 pela Escola Americana de Estudos Clássicos, para abrigar as descobertas de escavações no local. Ele foi renovado uma segunda vez pelo Ministério da Cultura e suas exposições estão relacionadas com as funções da democracia ateniense. Há várias peças interessantes como os vasos de figuras vermelhas e negras, moedas… Os relevos, inscrições e esculturas vêm da decoração de templos e edifícios públicos da Ágora e estão expostos na parte inferior do Museu. Lá estão a estátua Apollo Patroos, uma enorme Afrodite e um torso de Themis do séc. IV a.C., além das estátuas do templo de Hefesto. A entrada para essa Ágora custa 4 euros e para o Museu são mais 8.
Dica: Comprando o ingresso combinado de 30 euros você visita a Acrópole e as duas Ágoras
Igreja dos Santos Apóstolos de Solaki
Na Ágora Ateniense há também uma pequena igreja ortodoxa, a primeira do período médio-bizantino em Atenas. Além do Templo de Hefesto, é o único edifício a permanecer intacto desde sua fundação. Dentro há ainda algumas pinturas do século XVII.
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