Ilhas Argo-Sarônicas

As ilhas gregas variam muito de tamanho e ao longo dos séculos o mar trouxe consigo invasores e colonizadores, por isso cada uma se desenvolveu com características próprias.

Para visitar as ilhas do Mar Egeu compramos o passeio antecipadamente saindo de Piraeus, o Porto de Atenas. De lá partem diariamente mini-cruzeiros que passam pelas ilhas mais próximas de  Atenas. O que escolhemos fazia: Hydra, Poros e Aegina. O barco, o Platytera, era bem bacana (esse aí da foto abaixo) e foi cheio de turistas e jovens gregos que faziam o passeio com sua escola.

Ilhas Argo Saronicas

Gostamos muito da organização do mini-cruzeiro, pois, além do lindo panorama do Mar Egeu num dia de sol, na parte interna do navio havia um pequeno show de dança grega e um restaurante que oferecia almoço (um cardápio bem variado e típico), incluso no pacote, além de bebidas que a gente podia comprar no bar e levar para as mesas do deck.

A viagem saiu 100 euros por pessoa, mas valeu bastante a pena, pois a gente passou o dia inteiro passeando (sai cedo e termina por volta de 19:30) e conhecemos 3 ilhas diferentes! A dica é comprar pela internet no site da One Day Cruise

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Hydra

A primeira parada foi na mitológica ilha de Hydra.  Segundo a lenda, a Hydra de Lerna era um monstro de nove cabeças, irmã de Medusa, que foi morta por Hércules. A ilha fica entre outras duas, Poros e Spetses, e é uma das mais pitorescas do arquipélago de Sarônica.

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Hydra foi declarada patrimônio protegido pelo governo grego e pode-se ver vários edifícios do século 19 e até mesmo anteriores. O tempo parou em Hydra! As casinhas caiadas tradicionais, grudadas umas às outras, espalham-se pelos morros e as ruazinhas de paralelepípedo e os becos estreitos comprovam que a ilha inteira é realmente uma pérola, quase intocada pelo tempo.

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Modestas casas de marinheiros ladeiam o mar e as lojas de lembrancinhas e os cafés estão alojados nos antigos armazéns. Não há hotéis modernos ou de rede, pois há uma lei que proíbe qualquer construção que não esteja de acordo com a cor e o estilo tradicional da ilha. Um dos poucos sinais de modernidade são os barcos e lanchas dos “bacanas” endinheirados que aportam por lá.

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1366No cars go…

Não circulam carros em Hydra e o transporte é feito pelos burrinhos que levam tanto turistas como moradores pelas vielas floridas da ilha até o topo do morro Eros, que tem 590 metros de altura e de onde saiu grande parte das pedras para as construções da ilha. Esta atmosfera rústica não significa que não haja modernidade alguma, pois nos cafés do porto é fácil conseguir sinal de wi-fi e você pode pedir um aperitivo ou tomar um sorvete e ficar por lá um bom tempo. Enfim, essa ilha é um lugar fantástico para se visitar!

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A parada em Hydra é a mais longa do Cruzeiro e tivemos bastante tempo para explorar as lojinhas de souvenirs, tomar um sorvete e caminhar um pouco pela ilha. Vale pechinchar nas lojas de artigos de prata – conseguimos um bom negócio depois de um bom papo com o dono de uma delas!

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Poros

A segunda parada do mini-cruzeiro foi na ilha de Poros (que na verdade são duas, juntas – Spheria e Kalavria), logo após o almoço, no barco. Descemos rapidamente para esticar as pernas e ver de perto as lojas e tabernas espalhadas por toda a orla do porto.1486

Diferentemente de Hydra, Poros é um lugar grande (31 km2), por onde circulam carros, e com uma arquitetura bem mais moderna. No alto do morro está o imponente e histórico relógio, que foi construído em 1927, e é visível de qualquer ponto da cidade.

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Aegina

A terceira e última ilha do mini-cruzeiro, Aegina é um dos destinos turísticos mais populares da região, pois está a apenas 50 minutos de barco do porto de Piraeus (em Atenas). Segundo o mito, Aegina era a filha do deus dos rios Asopos. Zeus se apaixonou por ela e a levou com ele para uma ilha, que então herdou seu nome.

No barco, ainda no começo do cruzeiro, é preciso preencher um formulário e escolher o passeio que se quer fazer em Aegina. São duas opções: o Santuário de Apollo Delfinios, no Monte Kolonas – a uma curta distância do porto, ou ainda o Monastério Ortodoxo de Agios Nektários que é um dos maiores mosteiros nos Bálcãs.

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Como já íamos visitar Delfos na sequência, escolhemos conhecer o Monastério que foi erguido entre 1904 e 1910, sobre um pequeno mosteiro bizantino. A construção é realmente muito linda e impressiona pelo tamanho. Segundo os devotos, Agios Nektarios é conhecido por seus milagres, principalmente por curar vários tipos de doenças.  Entretanto, ele também foi escritor, teólogo, educador, poeta e, acima de tudo, muito humilde, trabalhando como qualquer outro monge e fazendo qualquer tipo de tarefa.

Dica: não deixe de experimentar o sorvete de Pistache!  É uma delícia! O cultivo de pistache (fistiki em grego) começou em Aegina no século XIX e expandiu-se para toda a Grécia.  Há plantações em toda a ilha!

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Curiosidade: a primeira moeda do mundo ocidental de que se tem notícia nasceu em Aegina, no século VI antes de Cristo, e trazia uma tartaruga marinha entalhada. Ela foi criada para facilitar as negociações dos comerciantes da ilha com o mundo grego e com o exterior, uma vez que eles se tornavam cada vez mais ricos com o monopólio do mar Egeu.

De volta ao porto, embarcamos no Platytera para voltar a Atenas… na bagagem memórias do Mar Egeu e das lindas ilhas Argo-Sarônicas, além da imensa vontade de voltar um dia!

Veja também:

Ah… a Grécia

A Acrópole

Panatenaiko e o Templo de Zeus

E agora as Ágoras

Delfos – o centro do universo!

Mosteiros suspensos de Meteora

Publicado por Adelijasluk

Adeli é formada em Letras e pós graduada em Recursos Humanos, fala quatro línguas e adora conhecer outras culturas. Curiosa e teimosa, nas horas vagas planeja itinerários próprios para as viagens anuais com o marido. Edevaldo é funcionário público e cursou geografia e informática. Paciente, nas horas vagas estuda maneiras sensatas de viabilizar os itinerários da esposa. Viajam por conta própria e juntos já conheceram 208 cidades em 33 países.

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