Para ir de Cusco para Machu Picchu (a cidade ao pé das montanhas, em si, chama-se Águas Calientes) pegamos o trem da Perú Rail na estação de Ollantaytambo, outro povoado que fica cerca de 30-40 minutos (de carro) de Cusco. Saímos às 5:00 da manhã, sonolentos, mas muito animados!
Para não perder tempo e aproveitar bastante, o que fizemos foi já comprar um passeio de ida e volta, com guia, em uma Agência. A empresa Brasil de Mochila atende brasileiros (o e-mail é pacotes@brasildemochila.com) e quem nos ajudou foi o Victor. Foram eles que organizaram com a agência local, Inca Peru Travel, o tour para nós. A Inca Peru Travel fica em Cusco mesmo, mas bem afastada da Plaza de Armas.
O passeio de um dia para Machu Picchu custou $250 dólares, pagamos $125 dólares antes e $125 dólares quando chegamos em Cusco. A volta até o hotel estava incluída no pacote. O trem é o Expedition, antes chamado de Backpacker, que é a categoria do trem de ida e volta Cusco / Machu Picchu. Há outras opções de trem como o Vistadome, que custa $50 dólares a mais por trecho, mas oferece uma melhor vista da paisagem e do Valle Sagrado dos Incas e do rio Urubamba. No dia combinado o guia passou no Novotel, onde estávamos hospedados, e nos levou de carro até a estação de trem de Ollantaytambo. Depois, outro guia estava nos esperando na cidade de Águas Calientes, de onde se sobe com um ônibus exclusivo para a montanha de Machu Picchu. Quando chegamos lá em cima, por volta de 9:30 da manhã, o dia já estava aberto e as nuvens se dissipando. Resumindo, fizemos assim:
Cusco >> Ollantaytambo (de carro) Ollantaytambo >> Águas Calientes (de trem) e Águas Calientes >> Machu Picchu (de ônibus)
Velha Montanha
Machu Picchu significa “velha montanha” e a cidadela em ruínas, chamada “cidade perdida” pelos Incas, é patrimônio Mundial da UNESCO. A 2.400 metros de altitude, fica abaixo de Cusco, que está a 3.400 metros. Se você já se acostumou com a altitude em Cusco, não terá problemas em Machu Picchu, mas lembre-se também que irá caminhar bastante por lá. Por isso, falando sério, não se afobe! Não tente ir a Machu Picchu assim que chegar em Cusco porque altitude + esforço físico não combinam!
Conhecimento não tem preço!
Já na montanha, recomendamos fazer passeio com o guia contratado lá no Parque, caso contrário você olhará para tudo e verá apenas ruínas de construções, llamas e muitas pedras… não há sinalização / placas explicativas (esqueça também os aplicativos e guias de bolso, pois lá não tem sinal e você não vai ficar consultando livretos!). O guia conta toda a história do lugar em detalhes, as lendas, as crenças… e você então olha para um muro e vê um templo coberto de ouro, olha para uma pedra e vê a representação dos Deuses, olha para outra e vê um observatório astronômico. A grande magia está na história e alguém precisa nos contar essa história para que o passeio faça sentido, não é mesmo? Sim, você fará muitas selfies, mas de quê adianta tirar centenas de fotos se não souber identificar o que há nelas? Você já gastou uma grana para chegar até aqui, então, abra um pouco mais a mão e pague o guia! Não vai se arrepender!
As zonas mais interessantes do sítio arqueológico são a Urbana, onde está o Setor Hanan, com o Templo do Sol e a Residência Real, e a Zona Sagrada, onde está o Templo das Três Janelas e o Intihuatana (onde se amarra o sol) – uma espécie de relógio solar que se alinha às montanhas e às construções ao redor.
Além das praças, templos, caminhos, escadarias, terraços e aquedutos, há também cerca de 200 casas incas espalhadas pelo complexo. No auge do império estima-se que havia muitas mais.
“El Americano no descubrió nada. Machu Picchu estaba ahí, ya existía el campesino y los dos niños que le condujeron ya lo sabían. ¿Hasta cuándo les vamos dar crédito a las demás personas sin que lo tengan? (Nosso guia Peruano sobre 24 de julho de 1911 – dia do “Descobrimento” de Machu Picchu.)
Feche os olhos e imagine se em vez de turistas você visse figuras como as abaixo, perambulando por esses templos!
A visita guiada dura duas horas e depois o guia se despede e a gente fica à vontade para explorar mais. É possível passar o dia inteiro nas ruínas de Machu Picchu, mas lembre-se de que no fim do dia deverá descer para Águas Calientes com tempo hábil para pegar o trem de volta a Cusco.
Ingressos para a Cidade Inca de Machu Picchu
Os ingressos para entrar nas ruínas nós compramos pelo site do Ministério de Cultura – pagamos R$270,00 reais e foi possível pagar com cartão de crédito. Como o local é um parque nacional só o governo pode vender as entradas, portanto os sites de viagem compram de lá também. É possível deixar para comprar na hora, no guichê, mas há o risco de não conseguir entrada para o dia/horário que deseja, pois o número de visitantes é controlado – 2.500 por dia. (Mesmo fazendo o passeio com a agência, compramos a entrada do parque nacional por nossa conta para garantir que entraríamos naquele dia).
Caso tenha a carteirinha internacional de estudante, tem desconto, se for estudante e não tiver a carteirinha entre neste site e saiba como tirar a sua!
De volta a Cusco, nos preparamos para retornar a Lima e também para casa. Na bagagem: muitos laços com o Peru, com sua cultura, com sua língua, com sua música, com sua comida, com sua gente… Memórias vivas!