Bate-volta de Varadero, esse passeio foi excelente para deixar um pouco de lado a história recente de Cuba – a Revolução – e voltar ao período do início da colonização da ilha.
A cidadezinha de Trinidad, na Província de Sancti Spiritus, é a mais antiga cidade colonial do país. Patrimônio mundial da UNESCO, seu centro antigo é todo pavimentado de paralelepípedos e sua praça principal, a Plaza Mayor, é rodeada de casarões.
A Iglesia Parroquial del Espiritu Santo domina a paisagem e faz parte do cartão postal da cidade. Se você conhece Minas Gerais vai notar muita semelhança com as cidades históricas de Tiradentes e Outro Preto, por exemplo.
A arquitetura é quase toda original e em bom estado de conservação. O lugar, chamado por Eduardo Galeano de “um cadáver resplandecente” em As veias abertas da América Latina, é uma janela no tempo. Tudo remete à riqueza de outrora.
O bom estado de conservação deve-se à proibição de se realizar alterações nas fachadas das casas e edifícios e a impressão que se tem é de estar em um cenário de filme. Ao passear pelas ruas de Trinidad notamos o clima de tranquilidade de cidade interiorana, com seus moradores despreocupados… tudo embalado pela languidez de um calor úmido de mais de 30 graus.
Por falar em calor, o mesmo sol que enche de luz e brilho a Plaza e realça o seu colorido, castiga o turista, pois as sombras são difíceis de encontrar. Como era nossa última parada do dia, já estávamos cansados de caminhar e nosso ônibus partia no fim da tarde, não foi possível aproveitar tanto quanto gostaríamos, mas sem dúvida não nos arrependemos da visita!
Castelos de Açúcar
Em meados do século XIX, havia em Trinidad mais de quarenta engenhos, que produziam 700 mil arrobas de açúcar. Brotaram palácios coloniais, com seus portais de sombra cúmplice, seus aposentos de altos tetos, candelabros com chuvas de cristais, tapetes persas, um silêncio de tecido espesso e no ar as ondas do minueto, os espelhos nos salões para devolver a imagem dos cavalheiros de peruca e sapatos com fivela. (Galeano)
O Museu de Arquitetura Colonial está instalado em uma antiga casa colonial na Plaza Mayor pertencente à família de um dos barões da cana-de-açúcar, ciclo econômico que, como no Brasil, teve grande influência na colonização de Cuba.
Os engenhos de açúcar foram a grande fonte de riqueza da cidade e do país por muitos anos e esta riqueza está retratada nos móveis e objetos de arte trazidos da Europa. Até mesmo portas e janelas eram encomendadas da Espanha e trazidas de navio.
Tudo no entorno deve ser visto com calma, o chão, paredes, mas não esqueça de olhar o melhor de tudo: os cubanos!
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