Český Krumlov – Contos de Fadas!

Český Krumlov é uma cidadezinha medieval de 10 mil habitantes, no sul da República Tcheca, a 3 horas de Praga. Ela é a capital antiga da região de Rosenberg, a nobreza mais rica e influente do país. Sabe aquelas cidadezinhas de contos de fadas com um castelo no alto, circundado por um rio e cheia de casinhas coloridas? Então… não é a toda que ela foi declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.

Como era nossa terceira visita ao país e já conhecíamos a capital relativamente bem, resolvemos deixar um dia para fazer um bate-e-volta lá e contamos aqui como foi esse passeio.

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Contratamos o tour no hotel Pod Věží com a empresa Prague Bus Tours e pegamos o micro-ônibus na Estação de Trem de Praga (em Nové Město) às 09:00 da manhã. Pagamos 1950 coras por pessoa (330 reais), mas o tour durou 10 horas e no pacote já estavam incluídos o guia em Český Krumlov, a entrada no Castelo e suas dependências e o almoço em uma taberna típica, além de o ônibus nos deixar no próprio hotel, na volta.

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Český Krumlov Hrad

A principal atração é, sem dúvida, o Castelo de Český Krumlov. A vista da cidade medieval a partir do Castelo é impressionante. Ele é o segundo maior castelo da República Tcheca, depois do Pražský hrad em Praga. Construído no início do século XIII, sobre uma rocha às margens do Rio Vltava, o castelo de estilo gótico foi reformado no século XVI e a nova arquitetura, renascentista, pode ser percebida em sua inusitada e colorida torre.

Começamos a visita pelos vastos e belos jardins. As fontes são belíssimas, com estátuas clássicas muito imponentes. Num dia de sol fica lindo! Os jardins do abrem às 08:00 e o Castelo em si às 09:00. Para informações sobre horários, história, tours, etc, dá uma olhada no site oficial do castelo aqui.

Para chegar dos jardins até o Castelo passamos por uma passarela coberta, que foi construída para que os nobres pudessem ir e vir sem serem vistos pelo povo, inclusive à cavalo. Ao longo dos anos ela foi sofrendo reformas e hoje é um dos melhores pontos para fotos da cidade.

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A disputa com a massa de turistas asiáticos é dura, mas com (bastante) paciência é possível conseguir um bom ângulo e tirar fotos como essa:

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Também é possível subir ao alto da Torre – são 162 degraus até o topo. Ela é realmente majestosa, toda decorada com mármore rosa, e pode ser vista de qualquer ponto da cidade.

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O pátio interno do edifício principal do Castelo é todo decorado com afrescos, uma das marcas registradas da arquitetura tcheca. Pode-se visitá-lo por dentro e a visita guiada acontece em grupos de 20 pessoas. Está muito preservado e todo mobiliado, pois foi utilizado até 1939! (Moravam mal esses nobres, heim?!)

O guia que nos conduziu era um expert – uma verdadeira enciclopédia e falava um inglês bastante bom! O único porém é o pouco tempo para ver tudo e assimilar o que ele conta e o fato de que não se pode tirar fotos lá dentro.

A Lenda do Urso do Castelo

Diz a lenda que a família real tcheca, em certo momento da história, queria demonstrar que tinha vínculos com a família Orsini (urso, em italiano), pois no século XII ela era a mais poderosa da Europa e seus domínios se estendiam até a Hungria. Assim, incluíram a figura do urso em seu escudo de armas. Até hoje há um urso guardando uma das entradas do Castelo e sempre que um animal morre ele é logo substituído por outro, pois o urso significava que o castelo estava sob a proteção dos Orsinis e essa tradição permanece. Quando fomos ele estava lá, tranquilo, comendo sua cenourinha!

Saindo do Castelo atravessamos a ponte para o “miolo” de Český Krumlov para almoçar e na sequência visitar a Praça principal e arredores.

Krčma U dwau Maryi

Almoçamos no Krčma U dwau Maryi (As duas Marias). O lugar, na rua Parkan nº 104, é muito tradicional e antigo. Não chama atenção por fora – uma portinha em uma casa de pedra, hoje caiada, com batentes vermelhos – entretanto, uma vez lá dentro,  somos transportados à outra época! Fomos seguindo um corredor um pouco escuro, de paredes irregulares, até os fundos, onde uma varanda dá para o rio Vltava e de onde se tem uma vista privilegiada do Castelo (na margem oposta). Mesas rústicas e bancos de madeira maciça que comportam vários fregueses nos convidaram a nos sentar com outros turistas e logo puxar papo.

O cardápio é todo em tcheco (embora haja tradução em inglês). Assim, optamos pelo prato tradicional da casa que era o Prato Cheio! Hahahah. Afinal, vinha de tudo um pouco e era muito bem servido: frango assado, batatas cozidas, chucrute, pimentões, tomate, pepino, um molho tártaro com iogurte e um bolinho frito bem temperado. E isso que não pedimos a porção grande! Para acompanhar, uma cerveja de trigo bem gelada.

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Já bem alimentados fomos dar um giro pela cidade, nos embrenhar pelas ruazinhas de casas coloridas e espiar as lojas e museus.

A rua Latran concentra lojinhas das mais variadas e tentadoras. Estreita, com o piso de pedra, é uma volta no tempo.

Da margem em que estávamos conseguimos uma visão privilegiada da linda torre da igreja gótica de St. Jošt, construída em 1334 pelo rei Peter I. von Rosenberg.

Muzeum Obchodu

O Muzeum Obchodu é na verdade uma pequena loja-museu ambientada no início do século 20. Dentro as peças contam a história da época em que se iniciou a fabricação comercial de produtos, desde o café e cerveja até a fabricação de sorvetes. Uma das salinhas é uma loja antiga original, com grandes armários, cheios de gavetinhas! Manequins trajados com roupas de época e cartazes anunciando os produtos completam o cenário ao som de música tradicional tcheca. É um ótimo lugar para se visitar, e de graça! Há, é claro, artesanato e souvenirs à venda, como versões dos cartazes em formato de ímans de geladeira. Adoramos!

Há ainda várias lojas bacanas de artesanato espalhadas por toda a cidade e como a República Tcheca é conhecida por seu tradicional teatro de marionetes e bonecos, eles estão por toda parte. Um mais lindo que o outro!

Curiosidade: Durante o Renascimento os moradores da cidade, principalmente os comerciantes, costumavam erguer as fachadas de suas casas em mais um “andar” para dar a impressão de que eram maiores e, assim, ostentar seu “sucesso”. Essas fachadas com um falso terceiro andar permanecem até hoje em várias das construções.

Para terminar o dia, um sorvete na Praça principal e sensação de não querer ir embora nunca mais…

“Ruas estreitas e casas antigas, cujas lendas são misteriosamente leves. O tempo parou, me deixando louco…”

(poema de Lyudmila Nekrasovskaya, dedicado aos velhos labirintos de Český Krumlov)

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E acabou-se o que era doce! Quem quiser que conte outra!

Veja também:

Karlův Most – Ponte Carlos

Praguejando à noite

Josefov – o bairro Judeu

Nové Město – a Cidade Nova

Hradčany – o bairro do castelo

Praga no Cinema

Malá Strana – o bairro mais Antigo

Staré Město – Cidade Velha

Publicado por Adelijasluk

Adeli é formada em Letras e pós graduada em Recursos Humanos, fala quatro línguas e adora conhecer outras culturas. Curiosa e teimosa, nas horas vagas planeja itinerários próprios para as viagens anuais com o marido. Edevaldo é funcionário público e cursou geografia e informática. Paciente, nas horas vagas estuda maneiras sensatas de viabilizar os itinerários da esposa. Viajam por conta própria e juntos já conheceram 208 cidades em 33 países.

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