Os Moais

A primeira impressão é a que fica

Depois de 5h20 de voo, nós já achando que íamos chegar em Páscoa só para o Natal… eis que nos deparamos com o nosso anfitrião e já começamos a sentir o mana (o poder espiritual rapa nui)!

As 887 estátuas de pedra vulcânica, esculpidas durante séculos pelo povo rapa nui, espalham-se pela ilha e transformam-na em um museu a céu aberto. Encontrá-las não é difícil pois nas pousadas são distribuídos mapas do Te Ara Te Moai (a rota dos Moais). Para visitar a maior parte é preciso pagar a entrada para o Parque Nacional Rapa Nui, que cobre praticamente metade da ilha e é administrado pela CONAF (Corporação Nacional Florestal) e pela comunidade local Ma´u Henua, para quem a renda é revertida. Os tickets podem ser comprados no guichê do Aeroporto Mataveri, já na chegada, ou na rua Atamu Tekena, em Hanga Roa (ao lado da farmácia Cruz Verde). O preço é salgado – 80 dólares por pessoa – mas o passe vale para 10 dias.

 Ahu Tongariki

Posta abaixo pelo tsunami de 1960 (que espalhou os Moais por toda a ilha) e reerguida com a ajuda do governo japonês, a plataforma (ahu) com 15 Moais de Tongariki é o ponto alto da ilha. Os Moais estão de costas para o mar e voltados para o interior da ilha e acredita-se que são a representação de personagens ancestrais. A conservação e os detalhes das estátuas impressionam e a gente fica horas olhando pra elas… admirando a criatividade e a incrível habilidade humana. Prepare a câmera pois serão centenas de fotos! À esquerda está o vulcão Poike, o mais antigo da ilha. Para ir até lá a sugestão é alugar uma moto ou um carro em Hanga Roa (centro da cidade). Dá para caminhar também, mas só se tiver bom preparo físico pois são 20 km quilômetros pela costa a partir do centro.

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Ahu A Kivi

Deuses voltados para o Mar! Nesta ahu (plataforma) os 7 Moais , estão voltados para o mar (diferentemente de Tongariki e de Anakena). Eles são simétricos e estão em excelente estado de conservação. Ahu A Kivi era um santuário para o culto aos ancestrais e foi o primeiro onde os trabalhos de escavação foram completados pelos arqueólogos em 1960. As estátuas medem aproximadamente 4,5 metros e pesam 5 toneladas. É o conjunto mais simétrico da ilha. Vale a visita!

Praia de Anakena & Ahu Nau Nau

Anakena é uma praia pequena, muito tranquila e gostosa para se passar o dia e também tem um Ahu (plataforma) com 5 moais – sendo que 4 estão inteiros – chama-se Ahu Nau Nau. Mais ao longe há um único Moai solitário em outra plataforma. A praia é de areia fina e clara, águas turquesas e frias (afinal é o oceano Pacífico), alguns coqueiros completam a paisagem. Há três restaurantes na praia, mas são um pouco caros, assim muita gente leva um lanche a aproveita para fazer um piquenique. Foi o que fizemos.

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Ahu Vaihu

Seguindo o Te Ara O Te Moai (o Caminho dos Moais) encontramos um pequeno Moai solitário em meio a uma planície – é o Ahu Vaihu. Não é majestoso como os demais, mas é bem divertido para fotos. O sítio arqueológico possui ainda uma plataforma com Moais caídos, mantidos da mesma forma em que foram  derrubados. Há também a Paina, um círculo cerimonial que acredita-se ter sido usado para homenagens a antepassados.

SAMSUNG CAMERA PICTURESPu o Hiro

Pu o Hiro é uma pedra de pouco mais de um metro de altura cujo nome significa “trombeta de Hiro”, o Deus da Chuva. Também é conhecida como Maea Puhi (pedra para soprar) e é um instrumento musical ancestral da cultura rapa nui. Tem um orifício por onde se soprava, produzindo um som que dizem ser semelhante ao de uma trombeta. Era o chamado ao Deus da Chuva, invocado na época de seca. Este sítio arqueológico fica no caminho para Anakena, seguindo a estrada da costa a partir de Hanga Roa.

Ahu Ko Te Riku

Parte do complexo cerimonial de Tahai, o Ko Te Riku é um Moai cujos olhos foram restaurados e fica nos limites de Hanga Roa. A coloração é diferente porque o material era trazido de Puna Pau, uma cratera com outro tipo de pedra vulcânica.

Ahu Akahanga

Esse é um conjunto de moais não restaurado mas é considerado, por sua história e tamanho, um dos principais Ahus da ilha. Segundo a tradição oral, o primeiro rei de Páscoa, o lendário Hotu Matu’a, foi enterrado ali.

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Curiosidade:

A água doce é um bem escasso na Ilha de Páscoa, pois ela não tem nenhum rio ou córrego e há apenas três pequenos lagos que secam durante o período de estiagem. Quando os primeiros colonos europeus chegaram, a partir do século XVIII, tiveram uma surpresa ao ver os nativos aparentemente ingerindo água do mar sem sofrer efeitos colaterais. Mais tarde, pesquisadores descobriram que a água potável vinha de “infiltrações costeiras” de água doce. Quando os nativos bebiam dessas fontes, os europeus pensavam que eles estavam tomando água do mar. Recentemente, com drones de imagem térmica, cientistas conseguiram identificar a localização de diversas dessas infiltrações e essas fontes de água salobra parecem coincidir com os locais onde estavam erguidos os moais. Ou seja, a função dos moais seria justamente mostrar aos nativos onde poderiam encontrar água própria para o consumo.

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Publicado por Adelijasluk

Adeli é formada em Letras e pós graduada em Recursos Humanos, fala quatro línguas e adora conhecer outras culturas. Curiosa e teimosa, nas horas vagas planeja itinerários próprios para as viagens anuais com o marido. Edevaldo é funcionário público e cursou geografia e informática. Paciente, nas horas vagas estuda maneiras sensatas de viabilizar os itinerários da esposa. Viajam por conta própria e juntos já conheceram 208 cidades em 33 países.

2 comentários em “Os Moais

  1. Muito interessante, didático sem ser cansativo, instiga a curiosidade pelo uso eficiente de imagem e texto e produzindo um intertexto interessante, ao mesclar história passada e recente, com pitadas de gastronomia. Recomendado como fonte de informação para quem quer planejar uma viagem bem como, para quem apenas tem curiosidade de conhecer um pouco mais sobre os lugares visitados. Parabéns!

    Curtido por 1 pessoa

    1. Que bom que gostou Sandra! Fico Feliz! Viajar é muito bom né? Registrar as memórias e compartilhar com os amigos o que aprendemos é tão bom quanto! Em breve publicaremos novos posts sobre nossas idas ao Peru. Acompanhe!

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