Perca-se por Habana Vieja e aproveite suas eternamente ensolaradas praças!
A Plaza Vieja é nova!
Quando falamos em Plaza Vieja logo imaginamos um lugar lúgubre, rodeado de paredes sem cor definida e com o reboco caindo… Entretanto, a praça é iluminada, ampla e cercada de edifícios bem conservados. A arquitetura antiga e o clima de festa se misturam. Artistas de rua fazem shows itinerantes e os bares concentram os turistas. Os preços não são muito baixos, mas vale a pena parar para tomar um mojito gelado, uma cerveja ou mesmo um café e aproveitar para apreciar o movimento, além de fugir do sol (a pouca sombra é um dos pontos fracos). A Plaza Vieja é também um dos locais de encontro da cidade à noite.
Plaza e Igreja de São Francisco de Assis
Durante o dia a praça é vazia, mas compensa para admiradores de arquitetura e pela visita à igreja museu. O ex-convento ainda hoje guarda a simplicidade majestosa dos religiosos franciscanos que lá viviam. É uma das primeiras igrejas de Havana e sua arquitetura do século XVII é impressionante. A entrada da igreja é gratuita, mas a do museu é paga. Entretanto, vale muito a pena subir os 144 degraus até o alto da Torre, de onde se pode apreciar a cidade sob diversos ângulos.
Na calçada em frente à igreja fica também a figura de um ilustre morador de Habana, ”El Caballero de Paris”. Josė Lledín era um cavalheiro que apareceria nos lugares mais improváveis e nos horários mais imprevisíveis. Ele costumava andar pelas ruas, cumprimentando a todos e discutindo filosofia, religião, política e atualidades. José Lledín morreu em 1985, com 86 anos, e seus restos foram posteriormente transferidos para esse convento, seu local final de descanso.
Também vimos ali ao redor da praça muitas crianças uniformizadas indo para a escola. Para saber um pouco mais sobre o sistema educacional cubano (que erradicou o analfabetismo no país), sugerimos o filme Conducta sobre o qual comentamos no post Cuba através do Cinema.
Você sabia? Cuba é o único país da América Latina e Caribe a alcançar todos os objetivos mensuráveis de educação segundo o Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
Deixem-me dormir!
Ao descer a Calle Obispo desembocamos na Plaza de Armas, um dos pontos obrigatórios em Habana Vieja. Arborizada e rodeada por edifícios de fachada colonial, lá encontramos uma verdadeira preciosidade: uma rua pavimentada com ladrilhos de madeira, a Calle Tacón, em frente ao Palácio de Los Capitanes Generales. Diz a lenda que o Capitão Geral (espécie de intendente) mandou revestir a rua com madeira porque os cavalos e carroças que passavam por ali faziam muito barulho e não o deixavam dormir. Entretanto, sabe-se que na época colonial muitas das ruas de Havana eram assim. Atualmente essa é única sobrevivente. No outro lado da praça está o Castillo da Real Fuerza, de cujo pátio pudemos apreciar uma excelente vista da baía de Havana. A Plaza de Armas é também um excelente local para comprar livros (em espanhol é claro).
Um remédio contra o tempo
Na Calle Obispo nº 260, esquina com a Calle Aguiar e bem em frente ao Restaurante Europa está a Drogaria e Museu Johnson. Toda restaurada pela Oficina do Historiador de Havana, a centenária farmácia de manipulação, atingida por um incêndio em 2005, foi reaberta ao público em 2013. Na vitrine das grossas paredes do edifício do século XIX o anúncio da tradicional Água de Colônia Glacial. Dentro, prateleiras de madeira escura guardam dezenas de frascos de cerâmica com os medicamentos, bem à vista dos fregueses. No balcão de vidro o amarelado livro de receitas de 1919, escrito à mão em uma caligrafia caprichada. O mármore e a antiga escada que leva ao segundo andar complementam o cenário. Definitivamente vale a pena visitar em sua caminhada por Habana Vieja, pois é incrível que esta farmácia não só tenha sobrevivido ao tempo, mas que continue servindo ao povo cubano com seus xaropes, pomadas, medicamentos florais e outros remédios, até os dias de hoje.
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